No dia 12 de Agosto não consegui passar na estrada que liga Brufe à Barragem de Vilarinho da Furna... "sabe, senhor, o fogo saltou a estrada para baixo e parece que já queimou uma casa... Tudo está a arder!", disseram-me em Brufe.
E assim foi, não passei nessa estrada que nos conduzia por uma paisagem avassaladora às portas do nosso únido parque nacional. No dia 14 passei da Barrage de Vilarinho da Furna para Brufe e o que vi foi um cenário de pós-guerra, uma paisagem de um holocausto nuclear imaginário que varreu a vida daquelas paragens. Impera agora o silêncio, a desolação por entre os voos dos pequenos pássaros que tentam encontrar o que se perdeu... resta a memória e o desejo que o tempo passe, ligeiro para que um dia o verde volte a pintar as escarpas da Serra Amarela e o entorno de Brufe deixe de ser o xaile negro que envolve um povo...
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