Páginas

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Actualização dos incêndios no PNPG (XXII) - Imagens

Imagens do incêndio da Calcedónia desde as pontes de Rio Caldo, subindo para as Caldas do Gerês, nas Caldas do Gerês e desde a Pedra Bela.
























Fotografias © Rui C. Barbosa

8 comentários:

  1. Isto ultrapassou os limites do razoável. Agora sobra em falta de vergonha na cara.
    Isto, ao contrário do que a comunicação social apregoa, não está a arder inteiro, não há caos, não há medo nem há vidas em risco, não há imagens “espectaculares” como há, infelizmente, em outros locais do país. Muito menos havia razões para evacuar um Parque de Campismo.
    A comunicação social mente porque o que vende são as desgraças e não as verdades. Os comunicados enviados a desmentir a gravidade da situação são ignorados e os directos com a população local são cortados; e ao contrário do que dizem não há assim tanta aviação a operar nesta zona.
    Para além disso, lamenta-se que as centenas de homens destacados para esta zona continuem inoperantes e não consigam resolver isto duma vez por todas. O fogo (que, repito, não é tão intenso como se faz crer), continua a lavrar desde há 4 dias e já houve mais do que tempo (e condições, como comprova o pouco vento e a baixa de temperatura durante a noite) para dar o fogo como extinto. A verdade é que o circo continua montado porque dá jeito a alguém que assim seja.
    Quem perde com isto tudo não são os senhores que passam os dias no Vidoeiro, a debater sabe-se lá o quê. São as pessoas locais, que como se sabe vivem essencialmente do Turismo e em plena época alta perdem clientes diariamente devido a um conjunto de erros de gente, certamente, mal intencionada. Relembro que só desse Parque de Campismo foram evacuadas 700 pessoas, e não faço contas às desmarcações que pensões, hotéis, aparthotéis e residenciais têm recebido.
    Está para breve uma forte tomada de posição da população, porque isto de atirar areia para os olhos dos geresianos – embora seja recorrente – começa a chatear.

    PS: e, como é lógico, todos aguardamos demissões.

    ResponderEliminar
  2. Ficaria muito surpreendido se essas demissões surgissem, mas tem toda a razão nas suas palavras.

    As Caldas do Gerês no dia 12 de Agosto (festas de S. Bento) estavam estranhamente vazias e calmas numa altura do ano em que o rebuliço é constante. Os prejuízos na economia local que foram feitos por más avaliações devem ser elevados. O Verão é uma altura de recuperação para as Caldas do Gerês.

    É certo que alguém está a beneficiar com tudo isto pois as pessoas que estavam no parque de campismo e mesmo os tais cancelamentos de hotéis e pensões (que certamente ocorreram) tiveram de ir para outras partes do Parque Nacional ou rumaram a outras paragens.

    ResponderEliminar
  3. Testemunho de alguém que está no terreno à 6 dias.
    Como sempre a descoordenação é grande mas não se pode criticar os combatentes porque são esses andam encosta acima encosta a baixo por vezes sem alimentação.
    Estive no incêndio de Vilarinho, tendo sido o mesmo dominado na parte do distrito de Braga quarta feira ao fim da tarde.
    Na calcedónia só diz que o incêndio já devia ter terminado quem lá não esteve, o caro Rui conhece bem o Gerês por isso sabe o tipo de terreno ali está, a extensão da linha de incêndio é enorme. Quem olha da estrada da ideia que as chamas eram facilmente conroladas mas o mesmo não se verifica no local. As mimosas são um autêntico veneno e dificultam e muito o combate.
    Falar de fora sempre foi muito fácil, ontem vi passar uma enorme pedra à minha frente, vinha a rebolar a grande velocidade, por pouco não danificou por completo uma viatura e atingia elementos no combate.
    Está ser feito tudo por tudo para o incêndio ser extinto, não venham com os interesses de arder, porque se assim fosse não andava o pessoal a dar o que tem e não tem.

    ResponderEliminar
  4. Caro João,

    As últimas pessoas que alguém um dia pode criticar são as que estão a fazer tudo por tudo para que os incêndios devastem o Gerês. Não são essas pessoas que se criticam (aliás, diga-me uma vírgula aqui neste blogue onde isso acontece). Critica-se sim é a descoordenação e esta não é causada por quem está a combater os incêndios no terreno.

    Vamos chamas as coisas pelo nome: uma coisa é um incêndio da Calcedónia outra coisa é a castástrofe que ameaçou as Caldas do Gerês. Como deve saber este incêndio foi provocado não por reacendimentos mas sim por ignições deliberadas pois só assim se compreende a forma como começou e o facto de ter havido uma ignição perto de Ventuzelo com o objectivo de atinir toda aquela encosta até à Pedra Bela.

    Neste blogue nunca se fala de fora nem nunca se fala sem ter factos para se falar, agora quem está dentro não pode falar a quente (passe-se a redundância) e não ter uma visão mais abrangente do que se passa.

    Diz o João que "Está ser feito tudo por tudo para o incêndio ser extinto, não venham com os interesses de arder, porque se assim fosse não andava o pessoal a dar o que tem e não tem." Uma coisa não está relacionada com outra. Só não viu quem não quiz o que estava para a acontecer. É óbvio que os interesses existem.

    ResponderEliminar
  5. Caro Rui,
    Quando me referi a criticar os homens e mulheres que estão a combater não me referi ao blog mas ao primeiro comentário.

    Estes incêndio como todos os outros que estão a massacrar o PNPG já estavam anunciados desde à muito tempo, toda a gente sabe que o único culpado disto é quem dirige o parque.

    Sobre os interesses, em que o incêndio progrida e se prolongue por dias e dias não vejo que os interessados sejam os combatentes, e a mim interessa referir-me a eles porque sei o que estão a passar.

    A descoordenação, bem essa, novidade seria se não existisse, acredito que se o parque estivesse situado em Sintra ese incêndio teria mais meios e era tratado de uma forma diferente. Por vezes eram necessários meios aéreos e simplesmente não existiam. O combate tem sido muito dificultado pelo vento por vezes forte e inconstante que já provocou grandes sustos.

    O parque deveria ter uma atitude preventiva criando faixas de contenção, limpando pelo menos os caminhos, mas nada disso acontece. Fizeram corte de mimosas e smplesmente deixaram-nas amontoadas no interior da mata.
    O parque se realmente quer preservar o parque tem de fazer por isso, é urgente voltar a ter equipas de sapadores florestais que façam silvicultura prevetiva no inverno e no verão efectuem vigilância e combate.

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Peço desculpa João, entendi mal o teu comentário.

    Não altero quase nada do que disseste, apenas mudaria uma palavra pois no lugar de PNPG falaria em Estado, pois não estamos a falar nuam má gestão dos recursos porque não se pode gerir o que não existe. O PNPG, tal como todas as instituições públicas portuguesas, luta contra uma falta crónica de fundos e recursos. Quando não existe dinheiro nem para se mudar um filtro de óleo, trocar os travões das viaturas ou não há dinheiro para as levar à inspecção periódica, não se pode fazer muito.

    Ainda há pouco tempo quando os Guardas da Natureza nas Caldas do Gerês tinham de fazer qualquer serviço no Lindoso, eles iam por Espanha e encurtavam assim caminho e tempo. Para poupar nos seguros, este funcionários têm agora de percorrer toda a estrada até Brufe e Entre-Ambos-os-Rios e depois subir para o Lindoso.

    É assim que as coisas funcionam no PNPG.

    ResponderEliminar
  7. Caro Rui,

    Não consigo encaixar tal como ninguém consegue encaixar a desculpa de não haver dinheiro para recuperar viaturas por vezes com avarias mínimas quando se gasta depois milhares de euros no combate a um incêndio.
    Para ter uma noção de como os recursos são geridos, hoje em Sinta estava um Kamov num incêndio quando o Norte está todo a arder, o que estava em causa em Sintra? Um campo de golfe.

    Nestas alturas também existem uns "abutres" que procuram o protagonismo, vejamos no Mezio, o comandante das operações segundo a página da protecção civil é o adjunto de operações de Lisboa, pergunto eu, que conhece este homem daquele terreno? Deu num directo ele a falar e nem sabia o nome das freguesias, claro ele vem da cidade.

    No início da fase charlie o Secretário de Estado da Protecção Civil visitou todos os distritos, no de Braga e Viana as principais preocupações transmitidas foram sobre o Gerês, devido à falta de acessos e tudo aquilo que já referi. A resposta foi que se ía estudar uma solução, é preciso assim tantos estudos?

    No primeiro comentário pede-se demissões, mas o que resolve? Nada, vem mais do mesmo.

    Felizmente a está hora o incêndio está dominado, mas é um terreno muito propício a reacendimentos devido ao fogo subterraneo que seguem pelas raízes da mimosa.

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Caro João,

    talvez as minhas palavras não tenham sido bem entendidas.

    Não tenho dúvida nenhuma de que os bombeiros fazem aquilo que podem, mas também tenho poucas dúvidas de que muitos deles não têm capacidades para sequer estarem no terreno. Diga-me: os bombeiros daqui da zona não teriam obrigação de conhecer a floresta? Ou Terras de Bouro fica demasiado longe do Gerês?

    Como ainda há dias ouvi, isto de andar a combater fogos é bem diferente de tocar nas fanfarras.

    E é evidente que o principal problema é a coordenação.

    PS: não sei qual a sua actividade profissional, mas se tivesse o prejuízo que eu e outras pessoas do Gerês têm tido com tudo isto, talvez o cenário das demissões fizesse mais sentido para si.

    ResponderEliminar

Os comentários para o blogue Carris são moderados.