Tendo o incêndio na Mata do Cabril supostamente começado no dia 13 de Agosto (coisa que não corresponde à realidade pois este incêndio é a continuação natural do incêndio de Vilarinho da Furna que teve início a 7 de Agosto), é difícil de entender como ainda existem pequenos focos activos hoje, dia 21 de Agosto. Obviamente que a única explicação possível é o facto de este incêndio se desenrolar numa zona de acesso extremamente difícil onde somente se pode combater com a ajuda de meios aéreos que já desapareceram do local à vários dias.
A informação que nos é transmitida pelo sítio da ANPC a esta hora (11:20) é a seguinte:
"Mantem-se em curso trabalhos de consolidação de pequenos focos activos, a serem extintos com material de sapador."
Isto é, afinal admite-se ainda a existência de pequenos focos activos o que vem em total oposição com o que foi transmitido às 19:37 do dia 20 de Agosto:
"Mantêm-se em curso trabalhos de consolidação, não se apresentando, no momento, condições para a evolução de eventuais focos de incêndio. Não existem focos activos, pelo que se mantém a vigilância."
Esta é mais uma prova de que as informações provenientes por parte do governo, nos querem fazer querer que o incêndio estava já extinto (utilizando a enganadora expressão de "incêndio dominado"). Na verdade, o incêndio dominado significa que aos poucos se foi consumindo toda a extensão da Mata do Cabril. Testemunhos visuais recentes indicam uma espessa névoa sobre o Vale do Rio Cabril já muito próximo do braço da albufeira do Lindoso que penetra nesse vale, indicando assim que o incêndio se terá aproximado muito desta zona.
Nesta altura não se vai criticar os trabalhos que têm vindo a ser feitos para pôr cobro a esta situação, pis tem sido incansável o trabalho desses homens. Critica-se sim a forma como as entidades estatais lidaram com este problema desde o princípio quando se falava que o objectivo era impedir que o incêndio atingisse a Mata do Cabril. Estas declarações foram proferidas quando o incêndio ainda não tinha atingido a Louriça / Muro não tendo sido mais uma vez prevenida a eventual passagem do mesmo através da cumeada para uma das jóias do parque nacional.
Convém referir que a partir das 10:30 assumiu o Comando das Operações de Socorro (COS), o Chefe de equipa dos Sapadores Florestais do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Fotografia © Rui C. Barbosa
Tá tudo bem então ardeu menos que em 2005 e 2003 isso é que importa mesmo com incêndios que duram à uma semana.
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