Mata de Palheiros, 19 de Fevereiro de 2010
A ideia era descobrir a Casa Florestal de Palheiros para assim continuar com a série de entradas neste blogue relacionadas com o "Património Perdido da Peneda-Gerês". Não dei com a casa, mas esta acabou por ser uma primeira incursão para uma futura visita mais detalhada.
Saindo já tarde de Braga, apressei-me a dirigir ao Gerês para assim aproveitar as poucas horas de luz e fugir à chuva que prometia. Ao chegar à Mata de Albergaria deram sinal as nuvens que há muito já haviam marcado o horizonte para lá da Portela de Leonte. Fui então saudado mais uma vez com uma surpreendente queda de neve a antecipar o fim-de-semana frio que promete. Não estava à espera da neve e até a temperatura não indicava que tal pudesse acontecer, mas ali estava ela e permaneci alguns minutos a assistir a um belo cenário da queda de neve na Portela do Homem.
Iniciei a caminhada seguindo pela Geira Romana e passando pelas antigas casas da Guarda Fiscal dirigi-me à nova ponte colocada em Dezembro de 2008 no local da antiga Ponte de S. Miguel. Não deixa de ser curiosa a forma como a ponte foi ali montada, pena é que não tenham acautelado os acessos na margem esquerda do Rio Homem... é quase necessário escalar para aceder à ponte ou então preparar as pernas para um bom salto, como foi o caso pois a escada de madeira improvisada não me parecia muito confiante.
Penetrando profundamente na Mata de Albergaria passei ao largo do belo conjunto de marcos miliários que compõem o cenário bucólico junto da abandonada Casa do Clube Académico do Porto. Prossegui a geira e passei ao lado da Ponte Feia e do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, dirigindo-me para a ponte sobre o Rio Maceira. Entrando na estrada florestal caminhei até ao Bico da Geira e pouco depois, abaixo de Pena Longa, tomei um trilho de pé-posto em direcção à Ponte de Palheiros. Atravessando a ponte embrenhava-me num cenário de uma velha floresta, continuação da Albergaria, e fui subindo dando conta das diversas marcas da presença do javali. Sentidos em alerta, não fosse ser surpreendido por uma repentina visita, acabei por seguir o caminho por entre velhas árvores caídas até chegar a uma zona plana na qual este parecia terminar. Em Palheiros, ali encontrei um antigo abrigo de pastores, recordação pálida da vida serrana de outros tempos.
A hora ia-se adiantando e tive de acautelar o regresso desistindo de procurar os restos abandonados da Casa de Palheiros, mas ficando a certeza de a encontrar na próxima incursão. O regresso faz-se pelo mesmo trajecto parando algum tempo na Casa do Clube Académico do Porto e nas casas da Guarda Fiscal.
Algumas fotografias...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
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