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domingo, 31 de maio de 2009

Repressão ambiental, terrorismo oficial!

Carris, 30 de Maio de 2009

O mês de Junho inicia-se com o recomeço da cobrança por parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, da taxa de passagem pela Mata de Albergaria nos postos de controlo situados na Portela de Leonte, Portela do Homem e Bouça da Mó. Não sei que valor será cobrado pela passagem nessas estradas e como de costume muito menos saberemos qual será o destino dado ao dinheiro obtido, destino esse que certamente estará encoberto pelo generalista "...para ser aplicado na melhoria das condições da zona..." ou algo parecido.

Pode-se criticar esta cobrança que no fundo acaba por ser mais um importo do tipo "utilizador / pagador" e certamente que os dirigentes (seja lá do que forem) podem encontrar múltiplas razões para a sua cobrança. Não poderão, jamais, justificá-lo ao nível ético pois fartar-lhe-á certo carácter para o fazer tendo em conta o que se vê nos restantes dias do ano, isto é nada!

Infelizmente não é este o assunto que me leva a escrever esta entrada no blogue. O assunto da cobrança da taxa de passagem é algo que já estará incutido na nossa vivência no parque nacional, algo como uma mentira muitas vezes repetida que acaba tornando-se verdade. O Parque Nacional da Peneda-Gerês torna-se aos poucos uma coutada de alguém que se move numa sombra na qual não conseguimos vislumbrar o seu rosto... algo que se vai movendo sub-repticiamente e que aos poucos vai fechando o cerco a quem muitas horas passa a disfrutar dos seus encantos como um santuário da Natureza que é preservado por quem nele tem um interesse inocente e não baseado num interesse económico representado pela descaracterização da paisagem com a pintura de mariolas ou a pintura de sinais nos trilhos de aventura pagos por grupos de inocentes turistas.

Na semana que se inicia a fiscalização vai apertar sobre aqueles que calcorreiam as montanhas e vales do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Vamos assim ter uma verdadeira polícia secreta a perseguir quem gosta de caminhar pela Serra do Gerês e pelos outros maciços montanhosos que fazem parte do nosso único parque nacional. Assim, parece que todas as datas serão agora escritas tendo por base o antes de 1974 e certamente que um clima de medo e receio se irá instalar pois nunca saberemos se um verdadeiro bufo estará à nossa vigia, a ver se passamos por ali, para alertar as autoridades vestidas de verde pálido ou de azul escuro.

É pertinente perguntar o porquê de isto acontecer? Será que nos tornamos uns verdadeiros destruidores do parque nacional? Será que ao longo dos últimos meses cometemos assim tão graves crimes ambientais para que se tome uma atitude desta magnitude, tipo 'ordem para multar'? Não me parece, porém e certamente, o erro tem de ser nosso pois quem manda não erra. Quem manda nunca admite o erro. Quem manda e é formado, aprende, para mandar e decidir sobre o que será melhor, jamais é capaz de admitir o erro mesmo por muito óbvio que ele seja.

Infelizmente não é assim. Muitos erros ocorrem, nós porém nada sabemos. Infelizmente quem manda não tem a capacidade de organizar um sistema no qual duas formas de 'viver' o parque nacional possam coexistir: o 'viver' preservando e o 'viver' desfrutando... Parece-me algo incrível como quem tem uma formação académica de topo (...) não seja capaz de gerir uma área protegida sem ter de recorrer a uma repressão pura e simples, sem ser capaz de falar com quem tem o parque nacional como um destino quase semanal. Continuar a ignorar e enfiar a cabeça numa areal movediço com um sentido único.

A insipidez de um desconhecimento de uma lei má, escrita por maus legisladores tendo por base maus pareceres de maus profissionais, não pode servir como fio de prumo na gestão de uma área protegida e muito menos como meio de repressão e de indução do receio e do medo em quem quer tirar o máximo proveito no Parque Nacional da Peneda-Gerês de uma forma equilibrada. Já basta a sociedade desrespeitadora do ambiente e da Natureza, não precisamos de um parque nacional que nos desrespeite a nós!

Aos poucos vão-se cortando canais de comunicação que são importantes. Impõem-se uma necessidade de solicitar autorizações para percorrer trilhos e negam-se as autorizações a 90%, dando sugestões de trilhos descaracterizados cujas informações têm de ser pagas que que possamos saber o que estamos a visitar. Pergunto se o Parque Nacional da Peneda-Gerês tirasse proveito financeiro dessas caminhadas se o cenário não seria diferente? Será que se prepara uma cama para um verdadeiro negócio com empresas de suposto turismo ambiental?

Faço um apelo a todos: inundem o Parque Nacional da Peneda-Gerês com pedidos de autorização para as vossas caminhadas nem que seja para passear nas Caldas do Gerês, nem que seja para visitar a Portela do Homem ou sair do carro na Pedra Bela. Querem visitar o Mosteiro de Sta. Maria das Júnias, peçam uma autorização! Querem visitar o fojo do lobo em Fafião, peçam autorização! Querem passear em Leonte, em Lamas de Mouro, visitar o castelo do Lindoso e Castro Laboreito, peçam autorização! Querem rezar na Sr.a da Peneda, peçam autorização!

Por outro lado, faço um apelo a todos que caminham pelas serras do parque nacional: vamo-nos reunir e vamos conversar, debater que protecção é esta e que parque nacional queremos nós?! É um convite de se abre aos habitantes das vilas e aldeias do parque nacional!

Montanhistas do parque nacional, uni-vos!

Fotografia: © Rui C. Barbosa

137... Regresso às Sombras e aos Carris

Carris, 30 de Maio de 2009

Um dia quente e agradável para caminhar levaram-nos a visitar as Minas das Sombras e dos Carris com um grupo de jovens universitários da área da Geologia que juntamente com um os seus professores foi tentar perceber os segredos que estão por detrás daquelas montanhas.

É sempre muito interessante tentar compreender a formação das montanhas que muitas vezes calcorreamos com alguém que sabe e acima de tudo que sabe transmitir aquilo que sabe, fazendo com que a arte do conhecimento seja plena de prazer.

Iniciamos a nossa caminhada junto da Ermida da N.a Sr.a do Xurés e percorremos o velho trilho dos mineiros das Sombras. A paisagem estava magnífica com a punjança das cores primaveris à luz de um Sol já quente de Verão, mas talvez e quase certamente um prenuncio de um mau tempo que se avizinha...

Em pouco mais de duas horas chegavamos às Minas das Sombras e aqui visitamos a galeria principal da mina até ao ponto onde nos oferece segurança. Compreendemos a horientação do seu filão e a sua localização, bem como a forma como a mina foi explorada em profundidade e à superfície.

Após o almoço empreendemos então a travessia em direcção às Minas dos Carris. Chegados à fronteira o Zé Moreira e a Guida tomaram outro caminho pela Amoreira e Lage do Sino em antecipação de outras caminhadas, e o restante grupo seguiu em direcção aos Carris. Abordamos a paisagem mineira de um ângulo diferente do habitual que nos permite abranger um horizonte mais longínquo encimado pelo Pico da Nevosa. Passando as velhas ruínas com um pequena explicação sobre cada edifício, fomos compreender os segredos do Salto do Lobo. Mais uma vez as pessoas se questionaram sobre os perigos que certas zonas representam. Com uma conversa breve, rapidamente se chega à conclusão de que os culpados pelo estado da mina não estão muito longe e que continuam a virar os olhos ao problema. Talvez até um dia em que a desgraça bata à porta de alguém mais descuidado, mas que segundo a entidade supra não deveria andar por ali e que iso por sí só será a explicação e justificação de nada se fazer...

Após uma breve visita à represa dos Carris iniciamos o regresso passando novamente pelas Minas das Sombras. Mais uma vez a paisagem era soberba mas desta vez iluminada por um Sol de final de tarde.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Escuridão e trevas nos Carris

Carris, 15 de Maio de 2009

Certamente que muitos de nós tentar imaginar como sería viver nas Minas dos Carris nos anos em que as diversas concessões eram exploradas. Certamente que estes pensamentos nos surgem quando caminhamos por entre as ruínas das casas que serviam de abrigo ás pessoas que lá trabalhavam e viviam.

Por outro lado, muitos também já se interrogaram como seria trabalhar no fundo daquelas minas?... Pois bem, a imagem em cima pode ajudar a ter uma pequena ideia de como seria!

Fotografia: © Jorge Cardoso / Rui C. Barbosa

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Regresso às Terras Altas de Xertelo

Carris, 4 de Junho de 2007

O blogue Carris irá organizar uma caminhada de regresso às terras altas de Xertelo tendo assim cumprir o programa que teve de ser alterado na actividade 'Viagem às terras altas de Xertelo' levada a cabo a 18 de Abril.

A Serra do Gerês é pontilhada aqui e ali por locais que despertam a curiosidade do visitante. Estando alerta para a exploração mineira que em tempos se fez no Gerês, foi com satisfação que há muitos meses atrás cheguei ao alto do Castanheiro e aí tive a oportunidade de ver os parcos vestígios que restaram da concessão mineira que foi explorada tanto pela Sociedade Mineira dos Castelos Lda como pela Sociedade das Minas do Gerês Lda, concessionárias das minas que mais tarde ficariam conhecidas como as Minas dos Carris.

Certamente que a Serra do Gerês esconde outros recantos como o Castanheiro e será objectivo desta actividade descobrir as terras altas de Xertelo numa viagem a um mundo fantástico de formas graníticas que vão apelar ao nosso ser.

A actividade 'Regresso às terras altas de Xertelo' deverá ter lugar a 26 de Julho. O limite de inscrições é de 12 pessoas e a inscrição é gratuíta.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Notas Históricas (XC)

Carris, 28 de Maio de 1992

A 28 de Maio de 1992 é emitido um despacho ministerial que extingue as concessões mineiras 2234 Salto do Lobo, 2806 Corga das Negras n.º 1, 2807 Castanheiro e 3120 Lamalonga n.º 1, ao abrigo do art. 33º do Decreto-Lei n.º 88/90 de 16 de Março.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quotidiano (VII)

Carris, 2 de Maio de 2009

...um quotidiano de olhar o infinito na Lamalonga.

Fotografia: © José Afonso Duarte

Outros lugares de Carris (XCVII)

Carris, 2 de Maio de 2009

...um passado que resiste.

Fotografia: © José Afonso Duarte

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um outro olhar... (XVII)

Carris, 2 de Maio de 2009

Um outro olhar sobre as Minas dos Carris pela objectiva do José Afonso Duarte...

Fotografias: © José Afonso Duarte

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Para uma história das Caldas do Gerês, pelo Dr. Ricardo Jorge (I)

Inicio hoje aqui a reprodução dos textos do Dr. Ricardo Jorge com os quais pretendia em 1891 traçar uma história das Caldas do Gerês. Estes textos foram publicados nesse ano na obra "Caldas do Gerez - Guia Thermal" e são uma primeira aproximação, que chamarei de académica, para um traçado histórico da vila termal.

Para manter o rigor do texto, decidi não o adaptar ao português actual mantendo assim as características da nossa língua mãe em finais do Século XIX.

"Nem por documento escripto, nem por achado archeologico, se póde deparar indicio de que gentes fizessem paragens nas asperezas do Gerez, antes da dominação romana. Da passagem da serra pelos grandes conquistadores do mundo, dizem os livros e fallamcom eloquencia os monumentos que, affrontando a desfeita dos seculos, ainda hoje surprehendem quem transita por aquellas solidões agreses.

Ao longo do valle que corre por poente, parallelo áquelle onde brotam as caldas gerezianas, desenrola-se um caminho meandroso, chamado pelos naturaes a Geira. É o único lanço que remanesce, atravez dos tempos demolidores, da grande via militar, que, partindo de Braga, transpunha o Cavado na Ponte do Porto, affrontava os desfiladeiros do Gerez, e depois de galgar o Homem nas voltas solidas dos arcos romanos, endireitava para Astorga, anastomosando-se com a via transpyrenaica que conduzia á capital do mundo.

Aqui e além, ao longo da estrada legionaria de Vespasiano, erguem-se ainda os marcos milliarios, truncada já a columna e meio delidas as epigraphes; veem-se na Portella do Hommem e na Ponte Feia, no caminho de Villarinho e á entrada de S. João do Campo. Num cabeço sobranceiro á Geira, no extremo da Chã de Lamas, jazem os destroços d'um presidio militar; são as ruinas da chamada cidade de Calcedónia."

Fotografia retirada do livro "Caldas do Gerez - Guia Thermal"

Postais do Gerês (XIII) - Gerez, Açude no rio Caldo (Ao longe avista-se S. Bento da Porta Aberta)

Com edição no princípio do Século XX da Photographia Nacional - Braga e Gerês, este postal mostra mais uma paisagem que já desapareceu na Serra do Gerês inundada pelas águas da Barragem da Caniçada. Os contornos de parte da montanha poderão, porém, ainda hoje ser reconhecidos.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Notas Históricas (LXXXIX)

Carris, 24 de Maio de 1943

Nesta data é recebida por parte da Sociedade Mineira dos Castelos Lda., a comunicação do despacho ministerial que autoriza a realização de obras de reparação e melhoramento do caminho do Vale do Alto Homem.

A 22 de Maio de 1944 era enviado um pedido de reconhecimento da existência de molibdénio nas concessões do Salto do Lobo e da Corga das Negras I.

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa

domingo, 24 de maio de 2009

Até um dia Zukha...

Zukha
1998 - 2009
...o que fazer quando se vê um amigo partir? Ficam as memórias, as recordações e os bons momentos...

sábado, 23 de maio de 2009

Trilho da Cumeada (II)

Carris, 26 de Abril de 2009

Estão já encerradas as inscrições para o Trilho da Cumeada que terá lugar no próximo dia 6 de Junho.

As informações referentes às horas e locais de encontro serão posteriormente divulgadas aos participantes.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Um outro olhar... (XVI)

Carris, 19 de Maio de 2009

Um outro olhar sobre as Minas dos Carris pela objectiva do João Dias...

Fotografias: © João Dias