Mina das Sombras / Carris, 14 de Março de 2009
Uivaram os lobos...
Com um número de participantes que fez jus à Sexta-feira que se afasta no calendário, iniciamos uma caminhada às Minas das Sombras seguindo um dos trilhos interpretados existentes no Parque Natural da Baixa Límia - Serra do Xurés. O dia estava excelente para a caminhada com nuvens altas e uma leve brisa a convidar à contemplação da paisagem e do vale inicial que se ia fechando até à Ponte de Porta Paredes. O trilho vai serpenteando encosta acima e a certa altura começa-se a vislumbrar o seu final na distância do olhar. Os últimos quilómetros serão por ventura os mais difíceis de ultrapassar, mas certamente que a paisagem e a História das Sombras nos fazem retemperar forças e atingir o objectivo.
O complexo mineiro, tal como acontece nas Minas dos Carris, vai-se degradando aos poucos com os elementos, mas principalmente devido à acção humana que tudo corrompe e destrói. Resta-nos neste caso a consolação de que num futuro poderá haver um certo interesse por parte das autoridades espanholas em conservar o complexo, o que seria um verdadeiro exemplo de boa gestão e aproveitamento do património histórico para o vizinho do lado.
Chegados à Mina das Sombras e depois de ultrapassar o verdadeiro rio que se apodera do caminho, descansamos os corpos para retemperar as forças que iriam fazer falta para ir mais além. Fizemos uma curta visita ao interior da galeria das Sombras, mas sem a iluminação apropriada tornava-se difícil discernir os pormenores de interesse no interior da mina. Não havendo muito tempo, e não dando tempo ao olhar para se habituar à escuridão das Sombras (o meu fantástico frontal de €5,00 também não ajudou muito!!), regressei ao exterior e aguardei, descansando o olhar na paisagem, pelos restantes membros do grupo...
Iniciamos de seguida a segunda parte da caminhada indo mais além do vale e ultrapassando os limites da fronteira, atingimos as alturas dos Carris contemplando uma perspectiva diferente da paisagem.
Chegar às Minas dos Carris tem o seu quê de místico e de profunda experiência pessoal. É como contemplar um quadro do qual gostaríamos secretamente de fazer escondido numa pincelada pessoal do artista... um segredo só dele, único. Com o olhar a embarcar o Alto dos Carris, parte do Altar de Cabrões, a represa dos Carris encimada pelo Pico da Nevosa, as construções que vão resistindo... Sentado, e alheando-me às expressões que me rodeiam, observo cada pormenor da paisagem como se fosse a última vez... os seus tons, as suas cores... os seus sons, o leve soprar do vento que nos esconde o sorriso e a satisfação do lugar... o ruído das botas no granito traz-nos de volta à realidade e reiniciamos a curta caminhada que nos separa até às construções...
...Carris está lá, cheio das suas memórias...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
Obrigado pela caminhada!
ResponderEliminarFoi um dia bem passado na companhia de quem gosta da natureza e de umas boas aulas de história acerca das minas, das "nossas" e das Sombras.
Parabéns pela iniciativa!
Magnifica caminhada.
ResponderEliminarObrigado pela oportunidade em participar, e principalmente com um grupo tão animado e amante da natureza, e também e não só, por ter voltado a lugar tão especial como os Carris.
Fico à espera da próxima...
Carlos
Boas
ResponderEliminarMais uma vez um trilho fantástico com um pessoal do melhor num dia Lindíssimo, obrigado a todos por este dia fantástico que espero que se repita em breve.
Ao Rui um obrigado muito especial pois é sempre um prazer acompanhar e estar acompanhado de gente que também "AMA" a serra.
Abraço
Obrigado Rui
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