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domingo, 13 de julho de 2008

Escrever... Carris

Carris, 16 de Março de 2008

Passei o dia todo a procurar um tema para escrever sobre Carris. Não é que tenha falta de imaginação ou que a inspiração me falhe, felizmente ainda não cheguei a tal ponto, mas prefiro guardá-los para outros dias.

Sempre poderia procurar um facto histórico acerca daquele local, mas hoje tou preguiçoso. Já escrevi vários textos e voltei a apagá-los, caindo no anátema do esquecimento. Nestes textos falava em sensações que só se atingem quando se visita Carris e se percorrem os seus silenciosos espaços. Quando de visitam as suas ruínas ou se espreita para lá daquela parede na esperança se encontrar algo de especial sem no entanto nos apercebermos que estamos no meio de algo especial. Falava também da imensidão dos espaços e da grandiosidade das paisagens; do descanso no Penedo da Saudade aquecido pelo Sol da tarde ao mesmo tempo que uma leve brisa nos percorre a pele; da imensa escuridão dos poços das minas e do frio do ar que de lá sai; da curiosidade do que está escondido debaixo da terra, estórias de vidas que fazem a grande História daquele local; do adormecer lentamente embalado pelo cântico do vento no granito e sonhar sonhos de fantasia e liberdade; da amargura de ver algo a desaparecer enquanto que os que deveriam cuidar permanecem impávidos e não compreendem o porquê de muitos se preocuparem com aquilo tudo; da sensibilidade de um olhar ao observar as casas, as pedras, as formas únicas e belas de Carris. A sensação de ver a Nevosa, altaneira a meio caminho do horizonte, e ao longe as terras das Júnias.

É chegada a hora do descer...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

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