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sábado, 24 de maio de 2008

Para onde vais Carris?

Carris, 20 de Maio de 2008

No dia 20 de Maio estive mais uma vez nas Minas dos Carris. Em tempos, há muitos anos, disse que as coisas pouco mudavam lá por cima. Porém, nestes dias de correm e com visitas quase mensais aos Carris é demasiado fácil notar as coisas que mudam.

Ao passar as primeiras casas das Minas dos Carris e seguindo em direcção àquela que chamo a zona residencial das minas, notei logo ao longe uma diferença em relação à minha última visita. No cuidado de se abrigar da chuva ou do Sol, alguém acabou por retirar o que restava do telhado do edifício que servia de cantina, secretaria e de recepção do minério. As poucas telhas de lusalite que ainda lá resistiam foram arrancadas e colocadas sobre um buraco que existe no telhado da garagem sob a casa do pessoal superior da mina. Com este acto deixa assim de haver um único exemplar dos antigos telhados que cobriam as casas das Minas dos Carris. Não sei se hei-de de classificar este acto de vandalismo ou pura necessidade de «sobrevivência»? Quero acreditar que quem fez isto tivesse ao menos poderado em não o fazer. Aquilo que fizeram de nada serve para quem lá costuma ir ou mesmo para quem lá vá uma única vez na vida. Em minha opinião pessoal, que vale o que vale, penso que foi mal feito e que não deveria ter sido feito. É um acto que só vem ajudar à contínua destruição daquele lugar...

As seguintes fotografias mostram a evolução da cantina nos últimos anos...

8 de Maio de 1994

27 de Fevereiro de 2005

6 de Agosto de 2006


19 de Julho de 2007


20 de Maio de 2008

Fotografias: © Rui C. Barbosa

4 comentários:

  1. É mesmo de lamentar este "último súspiro" da cobertura original daqueles edifícios. Quem realmente fica a perder são os animais como os garranos, que frquentemente se abrigavam ali. No escaldante Verão de 2003, verifiquei que dentro da divisão agora descoberta se abrigava uma fêmea que acabara de dar à luz. Protegia-se a ela e à frágil cria do imenso calor. Um dos machos dominantes da manada guardava a entrada. Este cenário, pelos vistos, já não voltará a acontecer. Os animais humanos, supostamente racionais, senhores de tudo e de nada, destroem por prazer, quase sempre impunemente. Pelo que se viu, um cavalo usou muito melhor o seu cérebro quando viu naquele local um resto de abrigo. Infelizmente, ainda há muita boa gente que pensa com muitas partes do corpo, menos com o seu definhado cérebro.

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  2. é triste...é so o que consigo dizer perante a limitação de certos portugueses,é mesmo triste que nem saibam preservar o que têm de melhor...(grrrrr!!!!!) e eu que estive para la ir pela primeira vez esta semana...e agora ja não vou poder ver as coberturas originais e pelos vistos ja perdi mais...grrr...animais!

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  3. OI Rui,

    Estou a chegar dos Picos de Europa e claro vim ver o teu blogue, sempre tão interessante. Mas devo confessar que o entusiasmo com que leio os teus texto por vezes se tornam muito dolorosos. Este ultimo artigo e o artigo sobre as armadilhas e de lamentar e muito.

    Saudações Montanheiras

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  4. Infelizmente por vezes somos brindados com situações destas... são as pessoas que temos na montanha...

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