Carris, 10 de Fevereiro de 2008
Uma pequena actualização a esta entrada no blogue só para referir que o valor da coima que poderá ser aplicada poderá atingir os € 2493,00, tal como é referido na edição de hoje do Jornal de Notícias.
Noticiado pelo semanário Sol, sabemos agora que os três montanhistas resgatados na Serra do Gerês no passado dia 4 de Fevereiro serão presenteados com uma multa por parte do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB). Esta multa tem por base o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês que prevê este tipo de situações e que refere a necessidade de uma autorização prévia para a realização deste tipo de desportos.
Os três montanhistas encontravam-se dentro de uma área de protecção parcial (!!!!!) com um elevado valor ecológico e onde as actividades desportivas carecem de autorização.
Isto leva-me às seguintes perguntas: se essa área é sistematicamente e repetidamente violada nos meses de Verão pelos domingueiros dos pic-nic's, violada pelos passeios de 'chinelo de meter e dedo', violada pelas milhares de fraldas, lixo, detritos, etc., que conspurcam as margens do Rio Homem à procura das magníficas lagoas naturais do Gerês, porque razão terão estes três montanhistas de pagar a multinha? Será que o ICNB vai colocar uma banca à entrada do caminho com um guarda lá sentado munido de um livro de multas para quem se atrever a desafiar a área restrita? Ou será que os três montanhistas foram vítimas da mediatização e do show-off do caso?
Concordo com o que escreveu!
ResponderEliminarNa minha modesta opinião o ICNB vai-se servir destes 3 montanhistas para fazer deles o exemplo...
Abraço
Eu não tenho qualquer dúvida que a mediatização deste caso terá consequências muito negativas. Para os 3 montanhistas e para todos os que gostam do Gerês.
ResponderEliminarNeste blog publicaste um email que permitia uma interpretação sobre o que o PNPG considerava como actividades não permitidas que, aparentemente, já foi alterada.
"O montanhismo a que se refere a alínea c) do nº 2 do artigo 15º do Regulamento, como actividade apenas susceptível de ser autorizada na área de ambiente natural na zona de protecção complementar, sendo absolutamente interdita nas zonas de protecção total e de protecção parcial, não abarca o caminhar pela montanha - este montanhismo é referente a uma actividade desportiva, enquadrada como tal e em prática colectiva, organizada. Não é aplicável ao passeio solitário ou em grupo restrito, mas não organizado como actividade colectiva e desportiva."
Há um outro efeito negativo de que tenho grande receio. Os jornais falaram por diversas vezes de um trilho perigoso, etc. e isso deve ter feito despertar o interesse em muita gente. Temo que isso resulte num aumento de gente interessada em realizar a travessia Pitões-Portela. Eu próprio já a fiz. Foi durante muito tempo um objectivo, mas apenas o concretizei quando senti que tinha o suficiente conhecimento da zona.
No sábado passado parece que (já) houve uma enchente às Mina dos Carris...
ResponderEliminar(vai passar a ser roteiro "turistico")
p.s.: no meu blogue (ultimamente) vejo que muitas das entradas é à procura de informação sobre as Minas dos Carris e da Nevosa
Escusado será dizer que muita gente encontra este blogue depis de fazer uma procura utilizando as palavras 'Carris', 'Nevosa' ou 'perdidos. A enchente que referes é o resultado da publicidade dada ao caso. No fundo conseguiram fazer o que o PNPG não queria que se fizesse e agora há que arcar com as consequências.
ResponderEliminarCuriosamente no Domingo, dia 10 de Fevereiro, cheguei a Carris por volta das 11h45 e estava tudo deserto. Deduzi que houvesse algum tipo de vigilância no inicio do trilho do Alto Homem para os Carris, mas por volta das 13h30 / 14h00 começaram a chegar pessoas e disseram-me que não se passava nada.
Na minha opinião, este incidente acaba de abrir um precedente no PNPG. Até ao momento, a questão das zonas total ou parcialmente interditas, praticamente não se colocava. Pelo menos, durante o Inverno, que é quando o parque oferece condições semelhantes à média montanha.
ResponderEliminarDurante os últimos 20 anos em que frequentei o parque, foram várias as vezes que deparei com guardas florestais e/ou funcionários, sem nunca ninguém me chamar a atenção, por estar a caminhar numa zona interdita.
Tenho consciência que, a partir de agora, não haverá tanta permissividade. Portanto, os verdadeiros prejudicados neste lamentável episódio, serão os montanhistas que durante anos, puderam calcorrear estas montanhas, sem nunca ninguém dar por isso.
Tem toda a razão no que disse. Porém, convém estar atentos a possíveis exageros na aplicação das regras por parte dos Guardas da Natureza e por parte do SEPNA. Se decidirem ir caminhar para o Parque Nacional convém ler e quem sabe levar sempre uma cópia das normas que regulamentam a presença na serra.
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