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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

No sopé do Modorno

Vale do Alto Homem, 28 de Novembro de 2007

Praticamente a meio caminho para as Minas dos Carris através do Vale do Alto Homem, situa-se o Cabeço do Modorno. Esta zona convida sempre à contemplação da paisagem deste vale único em todo o parque nacional.



Vídeo: © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ribeira do Cagarouço

Vale do Alto Homem, 28 de Novembro de 2007

A paisagem única da Ribeira do Cagarouço situada no Vale do Alto Homem a caminho das Minas dos Carris...



PS - Agradeço o aviso do Miguel Campos Costa sobre a zona neste vídeo que erradamente confundi com a Água da Pala!

Vídeo: © Rui C. Barbosa

Ainda a 113...

Carris, 28 de Novembro de 2007

Mais algumas fotografias da minha última caminhada até às Minas dos Carris...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Lixo

Carris, 28 de Novembro de 2007

Existem várias maneiras de subir até às Minas dos Carris. A maior parte das pessoas que visitam aquela zona do nosso único parque nacional, fazem-no a pé percorrendo os trilhos e caminhos que atravessam a Serra do Gerês. Outras pessoas vão até às Minas dos Carris utilizando bicicletas.

Amantes da Natureza e dos grandes espaços, sem dúvida. Dispender tal esforço para percorrer aquele dramático caminho até Carris, se bem que com a bicicleta aos ombros, é algo de se respeitar... o que não consigo compreender é como é que essas pessoas, que percorrem aqueles quase 9 km, chegam a Carris... têm um furo... trocam o equipamento... e decidem deixar ficar o que resta por lá... "mais um pouco de lixo não fará muita diferença"... é a pensar assim que preservamos o nosso património ambiental...
Fotografias: © Rui C. Barbosa

Sombras


Vale do Alto Homem, 28 de Novembro de 2007

Sombras que caminham pela montanha... instantâneas, intemporais...

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

113!

Carris, 28 de Novembro de 2007

Ao observar fotografias antigas dos trabalhos nas Minas dos Carris no início dos anos 70 cheguei á conclusão que o tinha deduzido relativamente à localização dessas imagens não estava correcto. Para resolver o mistério de onde as fotografias haviam sido tiradas e de uma vez por todas tirar essas dúvidas, resolvi mais uma vez caminhar até às Minas dos Carris (este é um assunto que irá merecer uma entrada própria neste blogue).

A caminhada não foi iniciada tão cedo como gostava, mas por outro lado o pequeno atraso permitiu que as condições da estrada até à Portela do Homem se tornassem mais convidativas à circulação. A formação de gelo no pavimento começa a ser um pequeno problema para quem quer percorrer a estrada bem cedo pela manhã.

Chegado finalmente à Portela do Homem após o habitual café nas Caldas do Gerês, deparei-me com uma viatura de vigilância do Parque Nacional da Peneda-Gerês e um veículo da área protegida vizinha. Previa um encontro pelo caminho até às Minas dos Carris, mas tal não veio a acontecer.

O trilho pelo Vale do Alto Homem continua muito mau para a caminhada tendo de atravessar verdadeiros mares de pedras que põem à prova o melhor calçado de montanha. Um dia de céu limpo e frio que se fez sentir ao longo do caminho, e nem mesmo ao Sol parecia aquecer um pouco. A mais pequena paragem fazia lembrar que o Inverno já não vem longe. Aqui e ali via-se o chão gelado e em alguns cursos de água, nos pequenos charcos à sombra, o gelo permanece ao longo de todo o dia.

Após passar pela Ponte das Abrótegas e pelas as Lamas de Homem, deparei-me com a súbida final para as Minas dos Carris. Porém, decidi mais uma vez prosseguir o caminho passando ao lado do Salto do Lobo e nessa zona tentar encontar os vestígios do que terão sido as primeiras construções ali levantadas. Consegui identificar algumas construções perto do Salto do Lobo e junto a explorações mineiras a céu aberto (este é outro assunto que irá merecer uma entrada própria neste blogue).

Após identificar e fotografar as construções, rumei finalmente para as velhas ruínas das Minas dos Carris.
Fotografias: © Rui C. Barbosa

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Edifícios das Minas dos Carris (III)

Carris, 7 de Outubro de 2007

Tentar saber qual a utilização e objectivo de cada edifício nas Minas dos Carris foi sempre um dos meus objectivos desde que pela primeira vez completei aquela caminhada em finais dos anos 80. Já nessa altura a destruição do património em Carris era por demais evidente fruto dos poucos anos de vandalismo, mas também o reflexo de um país cujas condições obrigavam a actos de quase sobrevivência.

Nesta fase a maior parte dos edifícios em Carris estão devidamente referenciados como podem ter a oportunidade de ler neste blogue. Porém, existem ainda alguns edifícios sobre os quais pouco se sabe, nomeadamente o seu ano de construção e qual a sua utilidade. Dentro do grupo destes edifícios encontram-se as quatro casas que o visitante pode observar à sua esquerda ao chegar às Minas dos Carris através do Vale do Alto Homem. Outra interrogação prende-se sobre a utilidade de uma base de alvenaria que existe entre a Cantina e o Dormitório, e finalmente qual o ano de construção e objectivo de cada edifício naquela que eu chamo de Zona Industrial de Carris onde se encontram os locais de lavagem e processamento de minério.

Qualquer informação que tenham sobre a origem, plantas e construção destes edifícios é sempre bem vinda.

Para finalizar um pequeno passatempo: alguém sabe qual era o edifício que servia para guardar o material explosivo em Carris? Podem responder para o e-mail que está disponível e se mandarem uma fotografia ainda melhor. Humm, até pode ser que haja prémio...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Perdidas na Montanha

Carris, 3 de Novembro de 2007

Perdidas na Montanha, um olhar de Agostinho Costa.

Fotografia: © Agostinho Costa

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Vox Populi (III)

Carris, 7 de Outubro de 2007

Ao longo dos últimos meses tem estado disponível no blogue uma sondagem na qual os leitores podem votar e que coloca uma questão relativa ao acesso aquela zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Com mais de duas centenas de votos até esta data os leitores demonstram assim a sua opinião, podendo também deixar o seu comentário relativamente a este assunto. São alguns desses comentários que agora aqui transcrevo por se encontrarem numa parte do blogue um pouco escondida dos leitores habituais e por estarem relacionados com um tema sobre o qual se ten escrito bastante. Decido manter a identificação de cada leitor, no entanto se alguém não quiser o seu nome revelado é favor de enviar um e-mail e tratarei do assunto de imediato (no entanto convém ter arenção que o nome estará sempre na zona de opiniões da sondagem)...

Enviado por Carlos a 9 de Junho de 2007, "Acho que o acesso as minas de Carris deve ser permitido mas com conhecimento ao PNPG, sem ser necessário uma autorização formal..."
Enviado por Ricardo Pereira a 10 de Junho de 2007, "Acho que deve ser controlada a ida a Carris de modo a evitar situacões de vandalismo e destruiçãoo, a que aqueles que frequentam Carris há alguns anos têm assistido, pois a degradação do complexo nota-se que não se deve só a factores naturais..."

Enviado por Mário Pedroso a 26 de Junho de 2007, "Eu acho que nem devia ser posto em causa o acesso livre aos Carris por todos os que o quisessem fazer bem como a todas as zonas do parque que não sejam declaradamente invasivas para a fauna ou flora... e depois punam-se os prevaricadores que não respeitam as regras de boa educacão... Monitorizem as zonas, ponham guardas etc... mas que não pague o justo pelo pecador... (...)"

Enviado por J. Louro a 10 de Julho de 2007, "Concordo que o PNPG possa controlar o aceso a certas zonas, mas tenho dúvidas da capacidade de o Parque o conseguir fazer. A historia da florestaçãoo do Gerês explica bem que nada se faz contra as populações. O homem ou é parte da solução ou simplesmente nao há solução. Proibir e fácil, ensinar á complicado. Nao me parece que o PNPG saiba ensinar."

Enviado por Cleodónio a 22 de Agosto de 2007, "Bom... pedir autorizacao ao PNPG para caminhadas nem vale a pena, os requisitos e as dificuldades de os obter simplesmente não compensa a barreira burocrática.

A solução mais óbvia é caminhar livremente... mas por outro lado a degradação (de edifícios e de património verde) intencional acentua-se nestes casos porque não há, na prática, nenhuma barreira. Nem 8 nem 80... Contratar guias de montanha é uma opção que possivelmente não passa do papel porque dificilmente o PNPG consegue pagar essas remunerações. Por sua vez o trabalho voluntário perde muita força no momento da aplicação de sanções... Mas sem dúvida que o grosso do pessoal que trabalha no PNPG anda a dormir sobre esta e outras questões!
"
Enviado por Jorge Cunha a 21 de Novembro de 2007, "De facto desolador, ser mandado voltar para trás por "guardas florestais". No entanto a placa diz trânsito proibido... e trânsito não especifica se motorizado ou não. Dai o ir aos Carris utilizando locomoção pedestre tb está incluído. O que é RIDÍCULO, todos nós sabermos como costuma estar aquela zona no Verão... infestada de verdadeiros assassinos da natureza. E a esses porque pagavam uns míseros euros ninguém lhes foi dizer para sair de lá. Nem antes de se pagar o diriam. Agora aqueles poucos, que gostam da natureza, e que caminham pelo prazer de a desfrutar e que de um modo geral se preocupam pela sua preservação, jamais deveriam ser impedidos de subir ás minas, bem como a outros locais no interior do parque. Nao digo aqui o porquê das minhas ideias como todas são discutíveis... Relativamente votação, eu optaria por: Liberdade de circulação, limitada por número (quantidade de elementos por grupo), e isso sim, verdadeiros guardas florestais a patrulhar todo o parque, a vigiar comportamentos e situações ilegais e perturbadoras do espaco. Guardas esses pagos pela licença, anual, ou diária de quem quiser caminhar no parque."

Este blogue está aberto às vossas opiniões, vá lá... aqui ninguém vos identifica para multar!!!!

Fotografias: © Rui C. Barbosa

domingo, 25 de novembro de 2007

Edifícios das Minas dos Carris (II)

Carris, 2 de Março de 1944

Os edifícios que inicialmente existiam em Carris em princípios dos anos 40 do século passado, deveriam ser edifícios rudimentares de pedra muito semelhantes aos abrigos de pastores que ainda hoje vemos pela Serra do Gerês. Provavelmente, e com uma procura atenta, ainda poderemos encontrar vestígios desses edifícios que tiveram um papel importante para os primeiros exploradores mineiros que povoaram os altos serranos naqueles anos longínquos.

Com a passagem dos registos mineiros para a posse da Sociedade Mineiras dos Castelos L.da, tornava-se necessária a construção de edifícios que pudessem suportar uma exploração intensiva de volfrâmio na concessão do Salto do Lobo. Assim, a 2 de Março de 1944 esta sociedade propõe a construção dos primeiros edifícios modernos naquela zona.

Esta terá sido a primeira grande vaga de construções levadas a cabo naquela zona criando um conjunto de instalações que permitiria o início da exploração intensiva. Posteriormente estes edifícios seriam alargados permitindo assim uma ampliação dos trabalhos mineiros.

Estes edifícios acessórios da exploração mineira incluiam uma Casa de Habitação para o Pessoal Superior da Mina, um Bloco de Casas para Casais, um Escritório e Cantina, uma Enfermaria e um Balneário.

A Casa de Habitação para o Pessoal Superior da Mina era constituida por dois corpos de edifícios distintos sendo um destinado somente à cozinha e dispensa e o outro sendo utilizado para habitação. Este constava de uma sala de jantar, sete quartos e uma casa de banho com retrete (!). A ligação entre os dois edifícios era feita por uma passerela. O edifício utilizado para cozinha era feito em alvenaria ordinária e o telhado era de duas águas com cobertura de lusalite. Por seu lado, a habitação era de alvenaria somente até ao nível do pavimento, tendo as paredes acima deste nível uma armação de madeira com revestimento exterior de lusalite e interior de madeira. A cobertura era de duas águas e feita de lusalite.

O Bloco de Casas para Casais era composto por um edifício de paredes de alvenaria ordinária e coberto a lusalite. Tinha um compeimento de 38,5 metros e uma largura de 5,30 metros. Este edifício poderia albergar sete casais, contendo sete quartos, uma sala de estar com um comprimento de 7,40 metros e uma largura de 4,50 metros, e um compartimento com um comprimento de 4,50 metros e uma largura de 1,90 metros destinado a balneário.

O Escritório e a Cantina era composto de um único pavimento com um comprimento de 29,50 metros e uma largura de 7,00 metros. O edifício era destinado a escritórios, gabinete écnico, gabinete de administração, depósito de minério, cantina e respectivo escritótio. O edifício serviria provavelmente de sede da Sociedade Mineira dos Castelos e mais tarde da Sociedade das Minas do Gerês L.da. Parte deste edifício era construido em alvenaria e outra parte era de madeira, sendo a cobertura de duas águas feita em lusalite.
A Enfermaria era um edifício de paredes de madeira revestidas exteriormente a lusalite. Possuia uma cobertura de duas águas em lusalite. Tinha um comprimento de 7,10 metros e uma largura de 4,20 metros e estava dividido em três compartimentos (enfermaria, quarto e hall de entrada). O compartimento destinado à enfermaria tinha um comprimento de 4,30 metros e uma largura de 3,90 metros; o quarto tinha um comprimento de 2,40 metros e uma largura de 1,70 metros e o hall de entrada tinha um comprimento de 2,40 metros e uma lagura de 2,00 metros. Esta construção encontrava-se assente em alicerces de alvenaria e o chão era de betonilha.

O Balneário constava de um único pavimento com um comprimento de 8,20 metros e uma largura de 4,50 metros, contendo lavabos, chuveiros e WC. As paredes eram de alvenaria ordinária e a sua cobertura era de duas águas composta de lusalite. O esgoto da instalação sanitária era feito para uma fossa de alvenaria revestida a cimento com um comprimento, largura e altura de 1,50 metros. Esta fossa dista 2,00 metros do edifício.
Fotografias: © Rui C. Barbosa

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Notas históricas (XII)

Carris, 1970

As fotografias que mostram a actividades nas Minas dos Carris são extremamente raras e por si só documentos históricos e muito importantes na tentativa de relatar a actividade mineira na Serra do Gerês e nestas minas em particular.

As fotografias que aqui têm vindo a ser publicadas nos últimos meses têm um valor muito grande para mim por várias razões. Em primeiro lugar porque me foram confiadas por alguém que tal como eu não gostaria de ver este património esquecido; em segundo lugar porque mostram uma época do nosso país que muitos insistem em esquecer e, tal como já referi no passado, um país que faz por esquecer o seu passado por muito mau que ele seja está a tender para que a História se repita... estas fotografias mostram uma época com 30, 40 ou mesmo 50 anos de História... e por todas as razões não a devemos esquecer nem abandonar.

Na fotografia podemos ver o interior de um dos edifícios das Minas dos Carris que albergava o que parece ser um gerador. Numa das próximas idas às Minas dos Carris terei como objectivo tentar obter fotografias a partir das mesmas posições que muitas destas velhas fotos foram tiradas (aliás, algo que já o fiz anteriormente para uma ou outra fotografia). Qualquer sugestão onde esta fotografia possa ter sido tirada é sempre bem vinda.

Fotografia: © António Ribeiro / Rui C. Barbosa