Carris, 16 de Junho de 2007
Uma nova subida aos Carris...
Iniciamos a caminhada com céu muito nublado e promessas de chuva. Os picos mais altos da serra encontravam-se encobertos com nuvens que queríamos nós misteriosas... faz sempre bem imaginar fadas e duendes escondidos na rochas... e nos arboredos.
...o som húmido do calcorrear começou a ser acompanhado pelos primeiros pingos de chuva mais ou menos a meio do caminho... por esta altura já sabiamos qual seria a nossa sorte... O chuva tornou-se persistente pela zona das Lamas de Homem ao passar pela Ponte das Abrótegas e na última subida era empurrada pelo vento...
Chegamos a Carris acompanhados pela neblina que nos turvava a olhar das ruínas não muito distantes... procuramos refúgio do vento e da chuva na casa do gerador... Infelizmente a acção dos que persistem em destruir Carris fez com que a nossa paragem não fosse mais prolongada... as paredes têm cada vez mais buracos com o vento e a chuva a invadir um espaço que em tempos se mantinha seco por longos períodos...
Carris assim estava inóspito, mais triste do que o costume... não parecia o mesmo lugar... Prosseguimos para as Minas das Sombras caminhando pela bruma vigiados pelos garranos... Passamos por antigos abrigos escondidos na serra e ao longe começava a definir-se a linha da fronteira... Com o granito escorregadio e mais água dentro das botas do que de fora prosseguimos o estreito trilho por entre os jovens carvalhos que irão tomar conta da encosta... se ninguém a queimar entretanto...
Chegamos à paisagem desolada das Sombras e procuramos abrigo na velha casa onde encontramos algum conforto e calor... Com a oportunidade de secar um pouco a alma e descançar o corpo, procuramos por entre as sombras e o lixo (...) velhas memórias de um local há muito vandalizado... A chuva continuou a cair... empurrada pelo vento...
...continuamos a caminhar até à portela do nosso país... e foi assim....
Fotografias © Rui C. Barbosa
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