Carris, 18 de Março de 2007
Após extraído ainda em bruto, o minério era transportado em pequenos vagões para o edifício no qual potentes britadeiras faziam a sua separação. Esse edifício encontra-se assente num acentuado declive sobranceiro ao vale adjacente. O trajecto entre a mina principal e este edifício era feito por uma galeria pré-fabricada de madeira, da qual hoje somente existe a base em cimento e na qual assentavam as paredes.
Uma das construções mais isoladas nesta área encontrava-se escondida pelo Penedo da Saudade. Este pequeno edifício, o único rodeado por arame farpado em toda a zona de Carris, servia para armazenar o material explosivo (dinamite, rastilhos, detonadores, etc.) utilizado nas minas. Até há poucos anos era o único edifício com o telhado minimamente intacto existente em Carris. Foi destruído pelo mau tempo, que acabou por derrubar as suas paredes e projectar as telhas a metros de distância.
Uma outra zona peculiar de Carris é a sua enorme lagoa, que servia de depósito de armazenamento de água. Junto da lagoa existe uma casa da qual só restam as quatro paredes em pedra e que poderia servir para controlar a passagem de água para o edifício de lavagem de minério (são visíveis algumas colunas em pedra e cimento sobre as quais deveria assentar uma conduta possivelmente metálica que levava a água para o edifício).
Curiosamente, esta lagoa não surge assinalada na CM-Folha31 (escala 1/25 000) publicada pelo IGeoE, baseada em trabalhos de campo levados a cabo em 1949, mas surge numa edição mais recente da mesma Folha, baseada em trabalhos de campo desenvolvidos em 1996. Na CM-Folha31 de 1949 está somente assinalado um tanque (podendo, no entanto, ser um erro!).
Fotografia © Rui C. Barbosa
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