quinta-feira, 24 de maio de 2018
Perante mim...
Sou a derradeira ruína resistindo para lá do final dos tempos
Para lá da luz que se reduz na efémera incandescência do passado
O último pensamento antes do fechar dos olhos
Definem-te como traços vazios numa tela deserta
Anseio a companhia eterna da noite
Com o som das estrelas e o agitar das sombras
São elas que fazem uma erótica dança
Por entre o crepitar dos sonhos e a companhia dos lobos
Adormeço com um ósculo diabólico
Evoco os deuses pagãos do passado
Sou seu servo de peito rasgado
Senhores das trevas e reis do gelo
Que governam a minha alma invernal
Ausência
Assombro
Assombro aos limites do abismo que se abre à primeira luz da alvorada
Montanhas que rasgam os céus e vales profundos num infinito de silêncio
O alfa e o ómega do princípio e do fim
Perante mim, o nada
Perante mim, o vazio
Perante mim... o fim!
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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