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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Mina da Lamalonga n.º 1


O que hoje conhecemos por 'Minas dos Carris' é na verdade um conjunto de concessões mineiras dos quais as mais importantes eram a Mina do Salto do Lobo, a Mina da Corga das Negras n.º 1 e a Mina da Lamalonga n.º 1. Do complexo mineiro, faziam parte ainda outras concessões mineiras de menor importância.

A Sociedade Mineira dos Castelos, Lda. pediu a concessão da exploração da concessão mineira da Lamalonga n.º 1 a 7 de Julho de 1943, na altura propondo como Director Técnico, Francisco da Silva Pinto. A proposta do plano de lavra desta mina é apresentada a 26 de Julho. Nesta data é também apresentada a memória descritiva e justificativa para a concessão mineira.

O ponto de partida para a delimitação da concessão mineira era definido "pelas seguintes coordenadas referidas ao castelo de S. Jorge: M= -90.850,00 e P= -343.650,00." Este ponto de partida "foi devidamente ligado à rede geral de triangulação do País, por intermédio das pirâmides geodésicas: Carris – M= -90.055,1 e P= -344.768,2; Matança – M= -91.620,4 e P= -343.432,1; e Compadre – M = -92.891,5 P= -344.348,9"; tendo as coordenadas origem no Castelo de S. Jorge.

Planta da Mina de Lamalonga n.º 1. Na figura são também visíveis parte das concessões mineiras do Salto do Labo e da Corga das Negras n.º 1. 

A topografia da região, essencialmente granítica, era apresentada como tendo desníveis acentuados e os terrenos como "baldios e incultos." 

O jazigo da concessão mineira era definido como sendo constituído "...por depósitos aluvianários constituídos por volframite, aparecendo também outros minerais associados." Pelas pesquisas então realizadas Sociedade Mineira dos Castelos, "...verificou-se que a média da altura desses depósitos é de 1,50 metros, encontrando-se a maior altura para jusante da linha de água." Os depósitos superficiais tinham "...uma espessura de uns 0,20 metros; seguindo-se inferiormente uma zona com, aproximadamente, 0,60 de estéril." Os aluviões mais ricos encontravam-se junto da rocha-leito e tinham uma altura de 0,30 metros, seguindo-se-lhe superiormente uma zona muito pouco mineralizada com uns 0,40 cm de espessura.

Na altura foram realizadas pesquisas que constaram na abertura de vários poços ao longo da depressão por onde corre a linha de água, com o fim de se ajuizar do valor e riqueza da camada. Estes poços foram aprofundados até penetrar na rocha-leito.

O método de exploração que se pretendia adoptar neste jazigo consistiu na abertura de valas distanciadas de 50 metros umas das outras e de forma a atingir a profundidade da rocha-leito. Estas valas iam avançando normalmente à sua direcção e sempre à medida que se retirava a camada mineralizada. Ao mesmo tempo que se fazia o avanço, o estéril era removida com pás para trás, entulhando deste modo a parte desmontada. A camada de terra arável seria removida de forma a reconstituir-se a primitiva formação.

As terras mineralizadas seriam sujeitas a uma lavagem em caleiras de modo a obter-se uma regular concentração. As terras eram então transportadas até às caleiras em carrinhos de mão que no regresso transportam o estéril resultante da lavagem, indo entulhar os vazios ainda existentes. Os concentrados obtidos eram transportados em muares até à Albergaria, seguindo daqui por viaturas automóveis à oficina de tratamento que a Sociedade Mineira dos Castelos possuía na cidade do Porto.

O aluvião da concessão abrangia uma área de 7000 x 150 metros o que com a profundidade média de 1,5 implicava um volume de 157.500 m3 de material a trabalhar com um teor médio de 2%. 

Inicialmente o plano de lavra projectava a construção de uma linha para material Decauville para o transporte do tout-venant e estéril que era feito em carros de mão.Porém, tal projecto não foi concretizado na área da concessão mineira.

Na altura ainda não tinha sido construída a primeira lavaria mecânica na Mina do Salto do Lobo que mais tarde iria tratar diariamente 60 a 100 toneladas de terras extraídas.

Adaptado de "Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês", de Rui C. Barbosa, Dezembro de 2013.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

domingo, 29 de novembro de 2015

Outros trilhos - Trilho do Porto Furado (PN Montesinho)


Algumas fotografias, notas e descrição de outros trilhos que não no PNPG. Desta feita, o PR 3 Porto Furado, no Parque Natural de Montesinho.

Este percurso circular, com cerca de 8 km, entrelaça-se com pequenos cursos de água que escorrem do alto da serra, indo engrossar a ribeira das Andorinhas, afluente do Sabor. A paisagem é profundamente marcada pelos afloramentos graníticos de formas arredondadas, emergindo por entre um coberto vegetal dominado por matos, manchas de carvalho-negral Quercus pyrenaica e por lameiros que ocupam as zonas ribeirinhas.

Mais informações aqui, com o mapa aqui e o folheto aqui.

























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)


Outras minas - Minas de Portelo


A tocar de tangente no tema deste blogue, esta secção será meramente fotográfica, mas com uma ou outro nota histórica e uma ou outra nota pertinente.

A quando de uma recente visita à Serra de Montesinho, deparei-me na paisagem com o alinhamento dos edifícios da Mina de Portelo, situadas perto da aldeia do mesmo nome e não muito longe da aldeia de França, em pleno Parque Natural de Montesinho.

Segundo nota da Câmara Municipal de Bragança sobre a aldeia de Montesinho, "Não muito longe da aldeia de Montesinho fica também o antigo complexo mineiro do Portelo. Esta mina, actualmente inactiva, era das mais importantes explorações de estanho do nordeste transmontano, tendo sido nos finais da década de 1960 a mina de estanho mais produtiva de Portugal."

Em Janeiro de 2010 este complexo mineiro foi palco de um desastre ambiental no qual as areias tóxicas ali armazenadas foram arrastadas para o Rio Sabor, inundando campos agrícolas. Presentemente, no local existem vários edifícios mineiros degradados, bem como instalações mineiras em ruína. De especial perigosidade está o que certamente terá sido o local de armazenamento das areias tóxicas, hoje verdadeira cicatriz a céu aberto constituindo um fosso de várias dezenas de metros de profundidade.

Aparentemente a área terá sido intervencionada pela EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA.










Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Caminhada guiada às Minas dos Carris a 5 de Dezembro


Parque de Campismo de Cerdeira vai levar a cabo a primeira de uma nova série de actividades nas quais é possível visitar as antigas ruínas das Minas dos Carris.

Designada por "Caminhada aos Carris", esta actividade mensal tem como objectivo realizar uma visita guiada às minas com explicação dos aspectos mais importantes da actividade mineira na altura da II Guerra Mundial. A caminhada é feita ao longo do Vale do Homem.

A primeira destas actividades terá lugar a 5 de Dezembro de 2015.

Para mais informações e datas, consultar aqui.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Programa Anual de Caminhadas Guiadas - Gerês 2015 - Últimas caminhadas do ano


Sabia que ainda pode participar em 7 caminhadas guiadas integradas no Programa Anual de Caminhadas Guiadas - Gerês 2015?

Saiba como aqui.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)