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sexta-feira, 28 de março de 2014

A cascata chama-se Fecha de Barjas!


Um artigo publicado on-line pela Visão Verde e da autoria de Luís Quinta, mostra-nos oito espectaculares cascatas portuguesas que merecem ser conhecidas.

O artigo leva-nos a vários pontos de Portugal, mas foi em especial um dos nomes na lista que chamou a minha atenção: 'Cascata da Ermida'. Ora, qual não é o meu espanto quando a Cascata da Ermida é a tão infame cascata do Tahiti.

O trabalho fotográfico e de descrição feito pelo autor parece-me bem conseguido, porém este erro crasso leva-me a questionar sobre a verdadeira designação das outras cascatas.

A cascata de fica perto da Ermida tem um nome verdadeiro e esse nome é Fecha de Barjas. Assim, já chega a verdadeira palermice de no Verão ter de ouvir centenas de vezes falar de uma coisa que não existe (cascata do Tahiti) para vir agora uma revista que deveria ter mais cuidado editorial ao verificar o verdadeiro nome (topónimo) dos locais que apresenta.

A cascata chama-se Fecha de Barjas, senhores!

Fotografia: © http://mountain4ever.blogspot.pt/ retirada de http://mountain4ever.blogspot.pt/2012/07/ermida-cascata-fecha-de-barjas.html


Curral do Teixo


Talvez um dos menos conhecidos currais da Serra do Gerês, o Curral do Teixo encontra-se um pouco abaixo da confluência da Corga dos Salgueiros da Amoreira com o Rio Homem logo após as Águas Chocas, no extremo Este do Vale do Alto Homem.

Se em dimensões não estamos na presença de um curral muito grande com um forno, em termos de edifícios encontramos uma zona intensamente marcada pela ruínas postas a descoberto pelo incêndio que consumiu parte da área a 2 e 3 de Setembro de 2013.

Também em resultado deste incêndio, ficou a descoberto parte do traçado original do antigo caminho que antes do aparecimento da estrada entre as Caldas do Gerês e a Portela de Leonte, ligava esta povoação aos píncaros serranos e que ficou em desuso após a abertura da estrada mineira em 1943.



















Fotografias © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 27 de março de 2014

208... O Inverno contra-ataca


Minas dos Carris, 27 de Março de 2014

E ali estava eu... depois das antecipadas celebrações de alguns pela chegada da Primavera, ia a caminhar sabendo da inevitabilidade de encontrar neve nas Minas dos Carris. As previsões meteorológicas dos dias anteriores já haviam mostrado que teria nevado por aquelas alturas, bem como as notícias chegadas da Serra da Cabreira que davam conta da queda de neve no fim-de-semana anterior.

No entanto, não esperava que aquela nuvem que aos poucos foi cobrindo a Serra Amarela e que havia decidido subir o Vale do Homem, viesse carregada de neve... até nem estava frio para tal coisa. Mas a verdade, é que já havia achado estranho, à medida que ia caminhando, aquelas coisas que iam caindo muito suavemente. Era como olhar para algo que me parecia uma cinza em dia de incêndio que ia caindo lá muito longe e trazida pelo vento. Mais espantado fiquei quando ao olhar para trás, toda a paisagem se havia transformado num véu branco que cobria o vale... e a neve então começou a cair, sim, sem sombra de dúvida.

Com o «barulho» do rio lá ao fundo, como uma voz gotural num concerto de bom Doom, de repente fazia-se o silêncio como que o que estava a acontecer fosse alguma quebra num contínuum temporal e ali estaria eu, num intervalo do dia, a ver a neve cair. Só podia estar a sonhar, só pode! Mas de repente, lembrei-me do sabor da meia de leite e do pão com manteiga na pastelaria da vila... não era sonho, de facto!

Assistia ali, na primeira fila, ao contra-ataque do Inverno... aquela tela enorme onde se projectava aquele filme... Era mesmo como estar na primeira fila pois a cabeça tinha de mover-se muito para abarcar tudo o que queria ver e ouvir... O filme é português, só pode, não tem legendas! aquilo ainda demorou muito tempo... mais do que suficiente para tirar a câmara fotográfica do seu pequeno estojo e começar a filmar... ali não há quem nos leve às cadeiras e o filme pode ser filmado para depois todos verem. Sim, porque isto não é para um homem só... é para todos verem, porque todos (ou quase) mereciam ver o que ali, os meus olhos estavam a ver. E já agora, porque nem só de vistas vive um homem, sentir... sim, é mais importante sentir e ver ao mesmo tempo. Há quem veja e não sente; mas há quem sente sem ter de ver...

E a paisagem lá ia ficando para trás à medida que se notava se o frio se ia fazendo sentir... Nada de não se aguentasse num dia de Primavera, desculpem Inverno fora d'horas!!... Durante a caminhada surgiu uma boa surpresa, mas esta fica para outro texto. Porém, termino só dando conta de que as ruínas, mais uma vez, foram vítimas do inclemente Inverno com uma das casas do bairro mineiro a perder parte de uma parede. Aí está, a coisa vai-se embora aos poucos e daqui a nada, nada restará... apenas um livro!

Algumas imagens do dia...




























































Fotografias © Rui C. Barbosa