Fotografia: © Rui C. Barbosa
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Trilhos seculares - Porta Roibas...
Fotografia: © Rui C. Barbosa
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Postais do PNPG (CLIX) - GEREZ - Açude do Parque
Este postal foi editado nos princípios do Século XX e mostra-nos um trecho do Rio Gerês à sua passagem pelo Parque Tude de Sousa (actual Parque das Termas).
O postal é uma Edição do Bazar Soares (Filial do Gerez) tendo por base uma fotografia da Photo Marques.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
O postal é uma Edição do Bazar Soares (Filial do Gerez) tendo por base uma fotografia da Photo Marques.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
Um outro olhar... (XXV)
Um outro olhar de uma caminhada às Minas dos Carris pela objectiva de Zulmira Coelho.
Fotografias: © Zulmira Coelho
Fotografias: © Zulmira Coelho
A TDT no Gerês... ou porque os geresianos se devem sentir enganados...
Um texto de Ana Gonçalves sobre a problemática da TDT no Gerês... mas antes uma nota pessoal. Nas conversas que tive pelas Caldas do Gerês, toda a vila foi tratada de forma impossível de descrever pela Portugal Telecom. Esta agiu de má fé com os geresianos (e acredito que em muitas partes do país aconteça o mesmo). Assim, e por achar que a Portugal Telecom é pessoa de má fé, não lhe darei direito de resposta neste blogue (a não ser obrigado!)... Como se costuma dizer "que vá gozar com o c..."
"A Televisão Digital para todos os Portugueses",
este é o slogan que nos recebe no site da Portugal Telecom (entidade responsável
pela TDT em Portugal) que nos faz soltar algumas gargalhadas (e não é por
aparecer o Paulo Bento com risco ao lado). Pelo que sei, o Gerês ainda faz
parte de Portugal!
A emissão televisiva através de um sinal analógico deixou de
existir no final do mês de Abril e, desde então, os geresianos não deixam de
revelar o seu descontentamento perante esta mudança. Tudo começou com as
correrias para Braga, as pessoas deslocaram-se cerca de 50 km para comprar
descodificadores, antenas, ou até mesmo televisões! Quando chegavam a casa
testavam o equipamento adquirido e, qual o espanto quando verificavam que a
televisão não tinha sinal! "Será o aparelho que não é compatível? O melhor
é ir à casa do vizinho pedir o descodificador para ver de quem é o problema. Se
for do aparelho é preciso ir a Braga trocá-lo!" "Será que é a antena
que não está bem direccionada?, é preciso ir ao telhado mexer na antena. Mas
não está ninguém em casa, quem me avisa quando a televisão estiver a dar? Agora
só amanhã... Mas dão chuva para amanhã, é perigoso subir ao telhado... Bem,
mais uns dias sem televisão!"
Depois de tanto trabalho, tanto tempo perdido e dinheiro
gasto não merecíamos ser recompensados?! Não pedimos muito, apenas 4 canais
televisivos.
O facto é que depois de 4 meses o sinal ainda falha.
A fim de demonstrar desagrado e insatisfação, alguns
residentes reclamaram, via telefónica, com a entidade responsável, que em vez
de tentar resolver o problema tenta negociar com o cliente. Quem tentou pedir
apoio a entidades mais próximas obteve respostas amargas e pouco inteligentes.
A partir do momento em que instalamos o equipamento apropriado à recepção do
sinal digital deveríamos continuar a ter acesso aos canais nacionais, e ninguém
tem de por em causa a finalidade do uso dos mesmos. É evidente que, neste
momento, a maioria dos geresianos estão revoltados pelo facto de não
conseguirem fazer chegar aos clientes as condições que dizem oferecer. Os
clientes, que raramente têm oportunidade de assistir à animação de rua (porque
não existe), também não podem ver televisão. Fazer as malas e regressar a casa
foi a solução que alguns turistas encontraram para este problema.
Não podemos deixar de reclamar, contactem as entidades
responsáveis e mostrem o vosso desagrado. Se a utilização da TDT tem benefícios
também os queremos conhecer!"
Fotografia: © Manuel Dias
terça-feira, 28 de agosto de 2012
A problemática do acesso às Minas dos Carris
Não pretendo aqui discutir o zonamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês e a forma como condiciona o acesso ao complexo mineiro dos Carris, sendo isto o mesmo que dizer 'a forma como condiciona o acesso à zona mais elevada da Serra do Gerês que é a zona à qual não se pode aceder por viatura mas que recebe mais visitantes por ano.'
O caso de uma jovem turista que no dia 23 de Agosto de 2012 foi resgatada nas Minas dos Carris por um helicóptero devido a uma lesão num membro inferior que impedia a sua deslocação por terra, veio novamente levantar dúvidas sobre a forma como o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) geriu e tem gerido o acesso àquela zona montanhosa.
Como é do conhecimento geral, o principal acesso às Minas dos Carris é feito por um caminho que se inicia junto à Cascata de S. Miguel e termina no topo da Corga da Carvoeirinha após percorrer um pouco mais de 9 km através do Vale do Alto Homem. Este caminho foi construído em 1943 pela Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., na altura concessionária das explorações mineiras existentes junto ao marco geodésico de Carris na Serra do Gerês. Ao longo dos anos o caminho serviu para o abastecimento do complexo mineiro, servindo naturalmente para o escoamento do minério obtido nas explorações. O seu estado foi sendo mantido durante os períodos de exploração, degradando-se de forma natural nos períodos em que a exploração mineira estava suspensa.
Com o encerramento do complexo mineiro em 1975, o caminho foi-se degradando sofrendo no entanto duas reparações de monta em princípios dos anos 80 e durante os anos 90. Desde então a degradação foi-se acentuando e a última vez que viaturas terão percorrido o caminho terá sido em Abril de 2007 já com alguma dificuldade. Nos últimos anos a degradação tem sido exponencial e evidente, chegando ao ponto que impedir em certas zonas a passagem de viaturas.
A decisão de deixar a degradação atingir o estado actual foi tomada pelo PNPG certamente tendo em conta as pressões originadas pelo Plano de Ordenamento do PNPG e da sua adesão ao Pan Parks numa tentativa de se conseguir uma área selvagem sem intervenção humana de forma artificial. Esta decisão levou ao estado actual do caminho para as Minas dos Carris.
Nos últimos anos ocorreram várias situações de emergência nas quais foi necessária a intervenção de um meio aéreo para o resgate de pessoas na montanha. Como é óbvio, não é necessário ser um perito na área para se deduzir que este tipo de resgates tem um custo muitíssimo superior ao custo de um resgate que poderia ser feito por terra. No entanto, e como já se constatou, estes resgates são impossíveis devido ao estado do caminho. Assim, uma má decisão tomada em tempos pela Direcção do PNPG tem uma repercussão no futuro que certamente não foi tida em conta.
Quanto custará um resgate de helicóptero? Em tempos ouvi valores na ordem dos €15.000,00 ou mesmo €30.000,00, não estou certo. Da mesma forma, quanto custará o arranjo e a manutenção anual do caminho para as Minas dos Carris? Se este caminho permitisse o acesso de viaturas oficiais e de emergência, o resgate não seria algo mais rápido e mais barato para o Estado? Alguém pode fazer luz sobre estas questões?
É óbvio que tendo um caminho em mau estado é de certa forma desmotivante para muitos daqueles que não tendo apetência para caminhar na montanha o vêm como um elemento dissuasor. Mas esta questão é resolvida pela aplicação do que está estipulado no Plano de Ordenamento do PNPG. Ou pelo menos deveria ser.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
O caso de uma jovem turista que no dia 23 de Agosto de 2012 foi resgatada nas Minas dos Carris por um helicóptero devido a uma lesão num membro inferior que impedia a sua deslocação por terra, veio novamente levantar dúvidas sobre a forma como o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) geriu e tem gerido o acesso àquela zona montanhosa.
Como é do conhecimento geral, o principal acesso às Minas dos Carris é feito por um caminho que se inicia junto à Cascata de S. Miguel e termina no topo da Corga da Carvoeirinha após percorrer um pouco mais de 9 km através do Vale do Alto Homem. Este caminho foi construído em 1943 pela Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., na altura concessionária das explorações mineiras existentes junto ao marco geodésico de Carris na Serra do Gerês. Ao longo dos anos o caminho serviu para o abastecimento do complexo mineiro, servindo naturalmente para o escoamento do minério obtido nas explorações. O seu estado foi sendo mantido durante os períodos de exploração, degradando-se de forma natural nos períodos em que a exploração mineira estava suspensa.
Com o encerramento do complexo mineiro em 1975, o caminho foi-se degradando sofrendo no entanto duas reparações de monta em princípios dos anos 80 e durante os anos 90. Desde então a degradação foi-se acentuando e a última vez que viaturas terão percorrido o caminho terá sido em Abril de 2007 já com alguma dificuldade. Nos últimos anos a degradação tem sido exponencial e evidente, chegando ao ponto que impedir em certas zonas a passagem de viaturas.
A decisão de deixar a degradação atingir o estado actual foi tomada pelo PNPG certamente tendo em conta as pressões originadas pelo Plano de Ordenamento do PNPG e da sua adesão ao Pan Parks numa tentativa de se conseguir uma área selvagem sem intervenção humana de forma artificial. Esta decisão levou ao estado actual do caminho para as Minas dos Carris.
Nos últimos anos ocorreram várias situações de emergência nas quais foi necessária a intervenção de um meio aéreo para o resgate de pessoas na montanha. Como é óbvio, não é necessário ser um perito na área para se deduzir que este tipo de resgates tem um custo muitíssimo superior ao custo de um resgate que poderia ser feito por terra. No entanto, e como já se constatou, estes resgates são impossíveis devido ao estado do caminho. Assim, uma má decisão tomada em tempos pela Direcção do PNPG tem uma repercussão no futuro que certamente não foi tida em conta.
Quanto custará um resgate de helicóptero? Em tempos ouvi valores na ordem dos €15.000,00 ou mesmo €30.000,00, não estou certo. Da mesma forma, quanto custará o arranjo e a manutenção anual do caminho para as Minas dos Carris? Se este caminho permitisse o acesso de viaturas oficiais e de emergência, o resgate não seria algo mais rápido e mais barato para o Estado? Alguém pode fazer luz sobre estas questões?
É óbvio que tendo um caminho em mau estado é de certa forma desmotivante para muitos daqueles que não tendo apetência para caminhar na montanha o vêm como um elemento dissuasor. Mas esta questão é resolvida pela aplicação do que está estipulado no Plano de Ordenamento do PNPG. Ou pelo menos deveria ser.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Formar, é preciso...
Já por várias vezes alguns leitores me têm enviado algumas referências relativamente à forma como são informados na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
O caso que se descreve a seguir, onde achei por bem proteger a identidade dos intervenientes, é clarificador sobre a formação que foi dada a pelo menos alguns dos jovens que se encontram nos postos de controlo e de cobrança das taxas de acesso à Mata de Albergaria. Este assunto já havia sido levantado em parte a quando do acidente ocorrido com um ciclista na estrada nacional. Na altura foi referido que a selecção dos jovens obedecia a certas regras e que após a selecção estes tinham uma formação em várias áreas. Parece no entanto que a formação sobre o objectivo da sua presença naqueles postos e a formação sobre o diferente zonamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês ficou um pouco aquém do pretendido.
Transcrevo então o email que me foi enviado por uma utilizadora usual do PNPG... Cada um que tire as ilações que achar convenientes...
Só para rematar: éramos 9 (sendo que 2 eram crianças), e não
precisamos de autorização em zonas tipo I e II, mas quanto a isso não sei se a
senhora também sabia tudo."
Fotografia: © Rui C. Barbosa
O caso que se descreve a seguir, onde achei por bem proteger a identidade dos intervenientes, é clarificador sobre a formação que foi dada a pelo menos alguns dos jovens que se encontram nos postos de controlo e de cobrança das taxas de acesso à Mata de Albergaria. Este assunto já havia sido levantado em parte a quando do acidente ocorrido com um ciclista na estrada nacional. Na altura foi referido que a selecção dos jovens obedecia a certas regras e que após a selecção estes tinham uma formação em várias áreas. Parece no entanto que a formação sobre o objectivo da sua presença naqueles postos e a formação sobre o diferente zonamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês ficou um pouco aquém do pretendido.
Transcrevo então o email que me foi enviado por uma utilizadora usual do PNPG... Cada um que tire as ilações que achar convenientes...
"Sábado, 25.08. 2012, 19 horas, perto do final de mais um dia
maravilhoso no PNPG, que nos levou desde Campo do Gerês ao Pé de Cabril,
seguindo pela Varziela e descendo até à ponte do Maceira. Seguiu-se toda a Mata
de Albergaria, e os seus belíssimos verdes e o brilho do sol nas águas da
barragem, até ao nosso destino final, Campo do Gerês.
Já perto da casota das taxas brincámos uns com os outros
sobre se nos aplicariam também a nós alguma taxa... quando nos aproximámos
dos funcionários (...) de serviço à casota,
apercebi-me que a funcionária tinha ouvido a nossa brincadeira e participou
dela dizendo que iria cobrar 1,5€ por cada perna... gerou-se ali uma
convivência simpática, até que eu digo que as nossa duas pernas estão bastante
cansadas porque naquele momento já deviam ter uns 18 km em cima. Foi aí que a conversa se estragou e começa o diálogo (...)
-Nem me digam de onde vêm, porque se andaram esses km todos
vêm de uma zona proibida. Eu não ouvi nada, melhor não ter ouvido nada. É
melhor nem dizerem de onde vêm.
Franzi, mentalmente, o sobrolho e apressei a minha gente frisando o tarde que era. Mas alguém disse que vinhamos do Pé de Cabril.
-Pé de Cabril??? Proibido, zona de protecção total...
Alguém do grupo tentou fazer um esclarecimento, e falou de
Palheiros, isso sim, ZPT, etc. a conversa continua e alastra para os Carris.
- Carris??? Proibido!
Outro do grupo tenta explicar à senhora que os Complexo
Mineiro dos Carris não é uma ZPT e que se pode lá chegar por outros sítios,
como Pitões, sem estar a infringir as leis. Fala-se nas Minas das Sombras, mas a
nossa amiga mais uma vez, toda entusiasmada:
- Minas das Sombras??? Proibido!!!
É tudo proibido....pelo menos para ela...mas curiosamente dentro da área da Mata, por onde tínhamos acabado de passar, e onde é proibido até parar os carros, estavam
alguns estacionados e muita gente a tomar banho na barragem, mesmo nas barbas
dos funcionários.
Resta acrescentar apenas duas coisas:
- o colega da senhora que, pelo menos durante o tempo em que
lá estive parada, tentou contrariá-la , não tendo no entanto produzido qualquer
efeito, leva-me a crer que ele estaria mais por dentro do assunto, mas dá uma
péssima impressão.
- a outra, é nota
negativa para o ICNF ou que entidade for, que devia dar formação básica (para
saberem o que estão a dizer) e condições dignas ao pessoal que contrata para
estes serviços. Qualquer estrangeiro que procure informação, se lhe pespegam com
este chorrilho de proibições a torto e a direito, fica no mínimo perplexo.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
domingo, 26 de agosto de 2012
Trilhos seculares - ...da Tribela ao Poço Azul
O percurso entre a Tribela e o Poço Azul tem uma extensão de cerca de 2 km (ida), mas proporciona um contacto pleno com o «ser» selvagem da Serra do Gerês. O seu percorrido é fácil e exceptuando a fase inicial, os seus ascendentes são muito suaves.
O trajecto inicia-se junto da casa particular existente na Tribela um pouco depois da Malhadoura e tomando um caminho de pé-posto do lado esquerdo. Depois de uma ligeira subida, o caminho desce para o Rio Conho e leva-nos a passar pela Ponte de Servas, voltando a subir em direcção ao Curral de Pinhô. Daqui toma-se um novo carreiro de pé-posto que segue pelo vale do Rio Conho passando pelos Portelos de Rio Conho e embrenhando-se no bosque. Seguindo relativamente sempre na mesma cota (...) o caminho vai-se depois aproximando do fundo do vale até atravessar o rio. O Poço Azul está uns metros mais adiante...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
Bom Jesus das Mós... uma triste visita.
No dia 25 de Agosto de 2012 visitei pela primeira vez o santuário do Bom Jesus das Mós.
Foi este o cenário que encontrei... sem dúvida um «bom» cartão de visita...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
Foi este o cenário que encontrei... sem dúvida um «bom» cartão de visita...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
sábado, 25 de agosto de 2012
...e as taxas? Como andam elas?
Nesta época estival parece que todos baixaram (de forma consciente ou não...) um pouco as armas na já «longa» luta contra as taxas.
Mas que taxas são estas? Relembremos que (ainda) está em vigor está a Portaria 138-A/2010 que estabelece o pagamento de uma taxa pelos serviços prestados pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (agora das Florestas), nomeadamente para os pedidos de autorização para a realização de actividades de visitação (e não só) dentro das áreas protegidas nacionais.
Já muito se falou destas taxas e após várias reuniões realizadas em Lisboa, sabemos que dita portaria será mais cedo ou mais tarde revogada e substituída por outra a preceito que deverá ser mais «amiga do ambiente» e de todos nós... esperamos!
Reconhecendo a idiotice de tal portaria (pelo menos por parte de vários responsáveis políticos), seria de esperar por esta altura que a Portaria 138-A/2010 já tivesse sido revogada, quanto mais não seja mostrando assim o Governo um sinal de boa fé em relação a este assunto. Admito eu que lidamos com gente de boa fé (pelo menos na sua maioria) e que como tal, este processo seja resolvido o mais rapidamente possível... apesar de já não o ser! Lamentavelmente já não o é nesta «silly season», pois neste país as coisas fazem-se devagar, devagarinho...
Fotografia: © Rui C. Barbosa
Mas que taxas são estas? Relembremos que (ainda) está em vigor está a Portaria 138-A/2010 que estabelece o pagamento de uma taxa pelos serviços prestados pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (agora das Florestas), nomeadamente para os pedidos de autorização para a realização de actividades de visitação (e não só) dentro das áreas protegidas nacionais.
Já muito se falou destas taxas e após várias reuniões realizadas em Lisboa, sabemos que dita portaria será mais cedo ou mais tarde revogada e substituída por outra a preceito que deverá ser mais «amiga do ambiente» e de todos nós... esperamos!
Reconhecendo a idiotice de tal portaria (pelo menos por parte de vários responsáveis políticos), seria de esperar por esta altura que a Portaria 138-A/2010 já tivesse sido revogada, quanto mais não seja mostrando assim o Governo um sinal de boa fé em relação a este assunto. Admito eu que lidamos com gente de boa fé (pelo menos na sua maioria) e que como tal, este processo seja resolvido o mais rapidamente possível... apesar de já não o ser! Lamentavelmente já não o é nesta «silly season», pois neste país as coisas fazem-se devagar, devagarinho...
Fotografia: © Rui C. Barbosa
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Imagens do resgate de turista nas Minas dos Carris
Tal como foi ontem noticiado no blogue 'Carris', uma jovem turista foi resgatada nas Minas dos Carris após ter sido
dado o alerta devido a um problema físico que implicou a imobilização de um dos membros inferiores.
As imagens gentilmente cedidas pela EMA - Empresa de Meios Aéreos, S. A., mostram o resgate bem sucedido levado a cabo nas Minas dos Carris.
O resgate foi feito recorrendo a um helicóptero Kamov KA32 que foi accionado para o efeito a partir da Base Permanente de Santa Comba Dão. O meio aéreo aterrou no Curral de Carris localizado à esquerda da entrada do complexo mineiro. A sinistrada foi socorrida no local procedendo-se à imobilização do membro inferior direito, sendo posteriormente colocada numa maca e transportada no helicóptero.
Fotografias: © EMA - Empresa de Meios Aéreos, S. A.
As imagens gentilmente cedidas pela EMA - Empresa de Meios Aéreos, S. A., mostram o resgate bem sucedido levado a cabo nas Minas dos Carris.
O resgate foi feito recorrendo a um helicóptero Kamov KA32 que foi accionado para o efeito a partir da Base Permanente de Santa Comba Dão. O meio aéreo aterrou no Curral de Carris localizado à esquerda da entrada do complexo mineiro. A sinistrada foi socorrida no local procedendo-se à imobilização do membro inferior direito, sendo posteriormente colocada numa maca e transportada no helicóptero.
Fotografias: © EMA - Empresa de Meios Aéreos, S. A.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Trilhos seculares - As imensas Fechinhas e o Curral da Pedra
Pela manhã o dia ameaçava chuva e as nuvens bem que nos acompanharam de perto em grande parte do caminho. A ideia inicial era de facto caminhar na Serra da Peneda, pois há já muito tempo que não vou para aqueles lados (fica para a semana!). Porém, a hipótese de dar a conhecer mais um pedacinho da Serra do Gerês a um amigo e a possibilidade de passar por aquela lagoa, fez-nos alterar o previsto e lá rumámos à Portela de Leonte a partir de onde começaríamos a jornada.
A parte inicial é um dos trajectos mais percorridos em todo o parque nacional. Subida ao Vidoal e passagem pela Preza em direcção ao Curral da Fonte, seguindo depois pelas Lamas de Borrageiro, Lomba de Pau e descida para o Conho. No Conho flectimos em direcção às Fechinhas... por muitas vezes que se passem em certos locais da Serra do Gerês, há paisagens que sempre nos provocam um arrepio. Olhar para aquela imensidão de granito recortado pela força de séculos, caminhar em vales profundos escavados pela força das águas e dos gelos que lentamente os vai desgastando, cria em nós uma sensação única que dificilmente se exprime em palavras. São aqueles momentos que valem um dia, e este dia foi cheio de momentos.
Em muitas zonas, e apesar da presença das vezeiras, é notória a diminuição da passagem em determinados caminhos. O mato ou os carvalhais espontâneos vão aos poucos ganhando a batalha e reclamando para a Mãe Natureza aquilo que sempre lhe pertenceu; seremos nós os estranhos numa terra «estranha».
A caminhada fez em passo ligeiro e o dia com temperaturas amenas, mas muito suor. Chegados à Cabana de Fechinhas, e já refrescados com um golos de água fresca, rumamos então ao grande objectivo do dia que se encontrava algures no último troço do Ribeiro do Porto das Vacas antes deste se juntar a dois outros cursos de água e formar o Rio da Touça. A lagoa havia avistado numa passeata com o Maior de Barcelinhos que na altura nos fez chegar a Fechinhas vindo dos píncaros que ladeiam antes de Porta Ruivas. Começando então de Fechinhas, o trilho segue subindo e descendo suavemente pela encosta em direcção ao ribeiro. Algumas centenas de metros mais à frente, já em pleno vale que nos levaria ao Curral da Pedra, ali estava ela. Mesmo com a pouca água do Verão aquele cenário era bucólico chamando-nos para um épico de Peter Jackson... não me admirava nada encontrar por ali um velho de chapéu bicudo vestido de cinzento e com um bordão de madeira. Olhando para o fundo do vale estávamos perante uma obra prima, um verdadeiro épico cinematográfico da Natureza com as Portas Ruivas e as Fechinhas a guardar a entrada para as Sombrosas e para o fundo do vale. Simplesmente memorável e com a vontade de tudo abarcar de uma vez só!!!...
Agora havia que tomar a decisão por onde regressar. Havendo sempre a hipótese de seguir o caminho inverso, as notas do Maior da Figueira deram-me a indicação de seguir em direcção aos Prados da Messe passando pelo misterioso trilho até ao Curral da Pedra... e lá fomos. Caminho velho e sinuoso pela encosta, permitiu-nos ver como em tempos as gentes serranas procuravam minorar as dificuldades dos trajectos pela serra. É fantástico ainda ver em determinadas passagens a forma como as pedras foram colocadas para fazer pequenos patamares que favoreciam a passagem sobre o abismo, diminuindo a possibilidade de uma aparatosa queda. Infelizmente, muitos destes trilhos seculares vão-se perdendo por falta de uso e consequente falta de manutenção. Se o gado já não por ali passa, então é normal que os caminhos deixem de ser usados pelas gentes do Gerês e lentamente caiam no esquecimento. Seria uma óptima ideia que todos nós, tirando partido da ajuda das gentes locais, conseguíssemos preservar esses caminhos, preservando assim também as memórias que aos poucos de vão dissolvendo com o passar dos anos.
O velho carreteiro levou-nos a um pequeno prado cheio de fetos geresianos e daqui tentámos encontrar a passagem para o Curral da Pedra. Ela de facto lá existe e ao longe vislumbra-se em certas zonas o seu traçado original. Porém, mais uma vez a falta de uso e de manutenção, faz com que seja difícil por vezes encontrar as passagens. Apesar de existirem as mariolas nos extremos a passagem para o Curral da Pedra fez-se com alguma dificuldade. Depois decidimos prosseguir em direcção ao Conho com um pequeno repasto na pequena lagoa junto da Fonte dos Caçadores, antes do percurso final que nos levou pelos domínios vizinhos de Maceira de volta ao ponto de partida.
Algumas fotos do dia...
Fotografias: © Rui C. Barbosa
A parte inicial é um dos trajectos mais percorridos em todo o parque nacional. Subida ao Vidoal e passagem pela Preza em direcção ao Curral da Fonte, seguindo depois pelas Lamas de Borrageiro, Lomba de Pau e descida para o Conho. No Conho flectimos em direcção às Fechinhas... por muitas vezes que se passem em certos locais da Serra do Gerês, há paisagens que sempre nos provocam um arrepio. Olhar para aquela imensidão de granito recortado pela força de séculos, caminhar em vales profundos escavados pela força das águas e dos gelos que lentamente os vai desgastando, cria em nós uma sensação única que dificilmente se exprime em palavras. São aqueles momentos que valem um dia, e este dia foi cheio de momentos.
Em muitas zonas, e apesar da presença das vezeiras, é notória a diminuição da passagem em determinados caminhos. O mato ou os carvalhais espontâneos vão aos poucos ganhando a batalha e reclamando para a Mãe Natureza aquilo que sempre lhe pertenceu; seremos nós os estranhos numa terra «estranha».
A caminhada fez em passo ligeiro e o dia com temperaturas amenas, mas muito suor. Chegados à Cabana de Fechinhas, e já refrescados com um golos de água fresca, rumamos então ao grande objectivo do dia que se encontrava algures no último troço do Ribeiro do Porto das Vacas antes deste se juntar a dois outros cursos de água e formar o Rio da Touça. A lagoa havia avistado numa passeata com o Maior de Barcelinhos que na altura nos fez chegar a Fechinhas vindo dos píncaros que ladeiam antes de Porta Ruivas. Começando então de Fechinhas, o trilho segue subindo e descendo suavemente pela encosta em direcção ao ribeiro. Algumas centenas de metros mais à frente, já em pleno vale que nos levaria ao Curral da Pedra, ali estava ela. Mesmo com a pouca água do Verão aquele cenário era bucólico chamando-nos para um épico de Peter Jackson... não me admirava nada encontrar por ali um velho de chapéu bicudo vestido de cinzento e com um bordão de madeira. Olhando para o fundo do vale estávamos perante uma obra prima, um verdadeiro épico cinematográfico da Natureza com as Portas Ruivas e as Fechinhas a guardar a entrada para as Sombrosas e para o fundo do vale. Simplesmente memorável e com a vontade de tudo abarcar de uma vez só!!!...
Agora havia que tomar a decisão por onde regressar. Havendo sempre a hipótese de seguir o caminho inverso, as notas do Maior da Figueira deram-me a indicação de seguir em direcção aos Prados da Messe passando pelo misterioso trilho até ao Curral da Pedra... e lá fomos. Caminho velho e sinuoso pela encosta, permitiu-nos ver como em tempos as gentes serranas procuravam minorar as dificuldades dos trajectos pela serra. É fantástico ainda ver em determinadas passagens a forma como as pedras foram colocadas para fazer pequenos patamares que favoreciam a passagem sobre o abismo, diminuindo a possibilidade de uma aparatosa queda. Infelizmente, muitos destes trilhos seculares vão-se perdendo por falta de uso e consequente falta de manutenção. Se o gado já não por ali passa, então é normal que os caminhos deixem de ser usados pelas gentes do Gerês e lentamente caiam no esquecimento. Seria uma óptima ideia que todos nós, tirando partido da ajuda das gentes locais, conseguíssemos preservar esses caminhos, preservando assim também as memórias que aos poucos de vão dissolvendo com o passar dos anos.
O velho carreteiro levou-nos a um pequeno prado cheio de fetos geresianos e daqui tentámos encontrar a passagem para o Curral da Pedra. Ela de facto lá existe e ao longe vislumbra-se em certas zonas o seu traçado original. Porém, mais uma vez a falta de uso e de manutenção, faz com que seja difícil por vezes encontrar as passagens. Apesar de existirem as mariolas nos extremos a passagem para o Curral da Pedra fez-se com alguma dificuldade. Depois decidimos prosseguir em direcção ao Conho com um pequeno repasto na pequena lagoa junto da Fonte dos Caçadores, antes do percurso final que nos levou pelos domínios vizinhos de Maceira de volta ao ponto de partida.
Algumas fotos do dia...
Fotografias: © Rui C. Barbosa