Páginas

domingo, 31 de julho de 2011

Ainda lá está... e estará...

Ao fim de tantos meses, a árvore anda está caída sobre o estradão para as Minas dos Carris no Vale do Homem.

Será que alguém pode emprestar uma moto-serra para fazer o serviço? OU o parque nacional segue a política do "...não mexer que a Natureza trata disso..."

Fotografias © Rui C. Barbosa

Arderam na última década 40 mil hectares de áreas prioritárias para a Natureza

Um artigo interessante do Jornal PÚBLICO onde é referido o Parque Nacional da Peneda-Gerês como uma das áreas mais afectadas pelos incêncios em 2010.

Imagem: Nelson Garrido

171... desafiando o calor

Carris, 29 de Julho de 2011

Esperava-se um dia tórrido e o facto de começarmos a caminhar um pouco tarde, pois já passava das 9:30, não ajudou a superar os efeitos da inclemência com que o Sol nos brindou quase todo o dia.

Foi uma nova visita às Minas dos Carris a convite de um agrupamento de escuteiros que não autorizados pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, decidiram contratar um serviço local de turismo de Natureza para fazerem o trilho. Mais uma vez se prova que os critérios com que o Parque Nacional da Peneda-Gerês atribui por vezes as autorizações para a realização de caminhadas não depende só do pagamento da taxa de €152,00, dependendo também de quem a analisa, o que nem sempre favorece certas associações beneficiando outras. Mas isto será tema de um outro texto.

Comecemos a subir o Vale do Homem. O Rio Homem apresenta-se com um caudal muito pequeno fruto da pouca chuva que tem caído nos últimos meses. Parece que a chuva já não cai com intensidade no parque nacional vai para mais de três meses e os resultados estão à vista. Muitas nascentes e bicas secas (como é o caso da Fonte da Portela do Homem), e muitos leitos sem gota de água. Se o Rio Homem é o companheiro ao longo de quase todo o vale, desta vez o seu correr silencioso indicava que é necessária uma chuva para reavivar as cores da montanha. A passagem pela Ribeira do Cagarouço foi outra prova de como não há água na montanha, apenas um fio de água corria pelas rochas quentes com o calor do Sol do meio-dia.

A passagem pelo Modorno deu-nos uma reconfortante sombra e uma brisa que nos ajudou a apreciar a paisagem. Mas a sombra rapidamente se escondeu ela também do Sol e a caminhada continuou, penosa, vale acima. Já por alturas das Abrótegas, com as Lamas de Homem também com pouca água, corria uma ligeira brisa o que ajudou aos metros finais antes da chegada ao velho complexo mineiro.

Antes do almoço de combate, alguns elementos refrescaram-se cuidadosamente na represa dos Carris, também ela com pouca água. O regresso foi iniciado com uma visita ao complexo mineiro e na zona industrial a constatação de que finalmente e após tantos anos de aviso, o Parque Nacional da Peneda-Gerês tomou a decisão sábia de vedar o acesso às zonas mais perigosas daquele sítio. Assim, o velho poço de extracção de minério com 150 metros de profundidade e o acesso a pequenos poços foi vedado de forma precária com arame farpado. Digo de forma precária porque a fixação do arame num dos casos é feita nos arbustos e somente de um dos lados...

Depois de passarmos pelo Salto do Lobo e pelas Lamas da Carvoeirinha, entramos novamente no estradão que nos levaria ao Vale do Alto Homem e ao descansar refrescante de uns mergulhos na lagoa um pouco depois das Febras.

Algumas imagens do dia...

Fotografias © Rui C. Barbosa