Pondo em prática o que está estabelecido no Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a partir da Quinta-feira dia 2 de Junho de 2011, não serão permitidos banhos no Rio Homem a montante da ponte sobre o Rio Homem pouco antes da fronteira da Portela do Homem.
O estradão para as Minas dos Carris, que dá acesso também às lagoas do Rio Homem na zona referida, atravessa a Zona de Protecção Total (em quase toda a sua extensão). Recorde-se que só é permitida a entrada nesta zona após autorização do ICNB, IP. Para a possível obtenção dessa autorização é necessário o pagamento de uma taxa de €152,00 (mais de trinta contos na moeda antiga). Mas convém ter em atenção que o seu pagamento não implica a autorização automática.
Aparentemente serão colocados painéis informativos para que ninguém se esqueça da imbecilidade que regulamenta o nosso parque nacional.
Assim, Portugal poderá ficar com os banhos de água fria mais caros do mundo!!!
Fotografia © Rui C. Barbosa
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terça-feira, 31 de maio de 2011
Colecção de buracos
Como todos sabem, durante os meses de Verão (nomeadamente entre 1 de Junho e 30 de Setembro) é cobrada uma taxa de acesso à Mata de Albergaria tal como está estipulada na Portaria n.º 31/2007, de 8 de Janeiro. Nesta portaria é referido que "...a taxa de acesso constitui receita própria do Instituto da Conservação da Natureza, devendo ser afecta a acções de gestão e conservação da biodiversidade na Mata de Albergaria."
Não vou nesta altura discutir que acções foram levadas a cabo naquela zona desde a introdução das taxas de acesso (a meu ver foram muito poucas ou nenhumas...), mas deixo-vos aqui uma bela colecção de alguns buracos que lá foram colocados para tornar a passagem dos veículos mais... natural.
Fotografias © Rui C. Barbosa
Não vou nesta altura discutir que acções foram levadas a cabo naquela zona desde a introdução das taxas de acesso (a meu ver foram muito poucas ou nenhumas...), mas deixo-vos aqui uma bela colecção de alguns buracos que lá foram colocados para tornar a passagem dos veículos mais... natural.
Fotografias © Rui C. Barbosa
Serra do Gerês com nuvens
A meio da manha era esta a paisagem que se via quando se descia desde as Cerdeirinhas para as pontes do Rio Caldo. Parte da Serra do Gerês coberta de nuvens...
Fotografias © Rui C. Barbosa
Fotografias © Rui C. Barbosa
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Minas dos Carris no Jornal de Notícias
A propósito da intenção de uma multinacional canadiana de procurar ouro no Alto Minho, o Jornal de Notícias publicou na sua edição de Domingo, dia 29 de Maio de 2011, um artigo da autoria do jornalista Nuno Cerqueira sobre as Minas dos Carris com o título "Mina-fantasma que serviu os nazis", onde traça uma breve história do complexo mineiro na Serra do Gerês.
A resignação...
Existem várias maneiras de se ganhar uma luta e uma delas é pelo cansaço que leva à resignação. Isto é, pura e simplesmente se desiste de lutar. É um baixar de braços e tomar como inevitável aquilo que nos querem impor, mais ou menos ter a liberdade dentro de uma jaula.
Para muitos que caminham nas nossas áreas protegidas é mesmo disso que se trata. Não de se sentirem numa jaula, mas sim sentirem que ao caminhar naqueles locais podem visitar uma jaula em pouco tempo. «Governa-se» uma área protegida pelo medo. Medo de se «apanhado» por um Guarda da natureza mais zeloso das suas obrigações como elementos de fiscalização de uma lei injusta, apesar de não o parecer à primeira vista.
Penso que será mais ou menos pacífico e que todos concordarão que um Parque Nacional tem como objectivo principal preservar. No entanto, convém que muitos tenham uma visão mais abrangente do que deve ser a preservação ambiental no nosso país. (In)felizmente não temos a dimensão dos grandes espaços que caracterizam outras áreas protegidas que por ventura possam ter servido de exemplo para a criação do nosso único parque nacional. Como tal, as nossas áreas protegidas foram moldadas ao longo dos séculos pela presença humana tal como pode ser atestado pelos inúmeros vestígios de ocupação do território. Apesar de haver uma inevitável mudança na paisagem registada ao longos dos anos, esta é o resultado dessa moldagem e dessa simbiose, mais ou menos perfeita.
O contacto com a Natureza e o meio ambiente é um direito de todos nós. Para muitos é uma experiência de ligação profunda à mãe natureza, para outros será o penetrar na máxima expressão da criação. Outros verão como a junção de duas metades que se unem numa união perfeita.
A 4 de Março de 2010 o governo fez publicar a Portaria 135-A que regulamenta as taxas devidas pelos actos e serviços prestados pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), IP. Até aqui nada de grave parece ocorrer. A 4 de Fevereiro de 2011, e através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 11-A/2011, é publicado o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG) com o objectivo de salvaguardar os recursos e valores naturais existentes ao mesmo tempo que assegura a compatibilização entre os recursos naturais do parque nacional e as actividades humanas desenvolvidas nas áreas abrangidas por este plano de ordenamento.
O POPNPG estabelece assim várias áreas de diferentes tipos de protecção nas quais são possíveis de serem desenvolvidas vários tipos de actividades, incluindo a visitação que agora é permitida em todo o território.
No entanto, este POPNPG esconde a verdadeira perversidade de quem o escreveu e escolhe um alvo particularmente bem definido: a visitação. Esta apesar de permitida, está em muitas zonas condicionada. Mais uma vez, até aqui nada a apontar. Porém, em certas zonas do Parque Nacional a visitação só é permitida através de uma autorização por parte do ICNB, IP. O grande problema, e a verdadeira perversidade (de muitas escondidas), é que esta autorização tem um custo de €152,00 (mais de trinta contos na moeda antiga...).
De forma simples este problema pode ser exemplificado com dois exemplos muitos eficazes: imaginemos aqueles visitantes que no Verão frequentam as lagoas do Rio Homem antes deste chegar à Ponte de S. Miguel. Estas lagoas encontram-se dentro da Zona de Protecção Total e como tal é necessária a autorização do ICNB, IP para as frequentar. No fundo, trata-se do mergulho mais caro do planeta (de facto, um mergulho que lhe permitiria pagar a conta do gás durante vários meses)! Um outro exemplo interessante: imagine-se uma família em visita pedestre à Mata de Albergaria / Palheiros e que por ventura atravessa a Ponte Feia. A partir deste ponto é necessária a autorização do ICNB, IP. No fundo, trata-se da portagem mais cara do planeta (que lhe permitiria percorrer a A1 entre Porto e Lisboa várias vezes).
Para termos uma ideia do valor desta autorização posso dizer que ela representa quase um terço do valor do salário mínimo nacional!!! A cereja em cima do bolo é o facto de este valor pagar o custo da análise do seu pedido de autorização e não lhe garante a sua aprovação! Mais, no mesmo dia o funcionário do ICNB, IP pode analisar vários pedidos exactamente iguais ao seu. Isto é, no fundo fará somente uma análise mas irá responder a vários pedidos e cada um com o devido custo de €152,00. Apesar de o novo POPNPG permitir a pernoita, esta só pode ser realizada após o respectivo pedido de autorização o que torna o nosso único parque nacional como o parque de campismo mais caro do mundo... e sem direito a água quente...
Disfarçada de decisão administrativa, esta é no fundo uma decisão política que espelha bem o tipo de governação e gestão incompetente que este país tem tido nos últimos anos. A sucessão de erros, disparates e incompetências que têm manchado as nossas áreas protegidas, não têm comparação em parte alguma deste mundo... e por ventura do outro.
No entanto, parece que deixamos de lutar... resignamo-nos ao facto de haver um ou outro parecer politicamente encomendado que fecha os olhos às mais variadas razões que apontam para o seu pleno incumprimento.
Com uma política deste tipo as pessoas pura e simplesmente irão cavar um fosso cada vez maior entre partes, estando num lado todos aqueles que pretendem passar o seu tempo em contacto com a Natureza e do outro os burocratas que sentados num gabinete não são capazes de assumir os erros de decisões mal tomadas e escolhas erradas. Ao verem-se perante custos desta dimensão todos aqueles que cumpriam e pediam as autorizações ao ICNB, IP deixarão de o fazer. As pessoas irão utilizar as áreas protegidas sobre a capa do medo de ao virar da colina se depararem com uma autoridade que os possa identificar e autuar. Este tipo de governação será a culpada se algum dia ocorrerem complicações entre os visitantes e a autoridade. Este tipo de governação foi já a culpada pela catástrofe que se abateu sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês em 2010 e será a responsável pelo verdadeiro cataclismo que certamente estará para vir.
Por muita explicação técnica que possam dar para justificar tamanha aberração, não há moralidade alguma que a possa limpar...
Fotografia © Rui C. Barbosa
Para muitos que caminham nas nossas áreas protegidas é mesmo disso que se trata. Não de se sentirem numa jaula, mas sim sentirem que ao caminhar naqueles locais podem visitar uma jaula em pouco tempo. «Governa-se» uma área protegida pelo medo. Medo de se «apanhado» por um Guarda da natureza mais zeloso das suas obrigações como elementos de fiscalização de uma lei injusta, apesar de não o parecer à primeira vista.
Penso que será mais ou menos pacífico e que todos concordarão que um Parque Nacional tem como objectivo principal preservar. No entanto, convém que muitos tenham uma visão mais abrangente do que deve ser a preservação ambiental no nosso país. (In)felizmente não temos a dimensão dos grandes espaços que caracterizam outras áreas protegidas que por ventura possam ter servido de exemplo para a criação do nosso único parque nacional. Como tal, as nossas áreas protegidas foram moldadas ao longo dos séculos pela presença humana tal como pode ser atestado pelos inúmeros vestígios de ocupação do território. Apesar de haver uma inevitável mudança na paisagem registada ao longos dos anos, esta é o resultado dessa moldagem e dessa simbiose, mais ou menos perfeita.
O contacto com a Natureza e o meio ambiente é um direito de todos nós. Para muitos é uma experiência de ligação profunda à mãe natureza, para outros será o penetrar na máxima expressão da criação. Outros verão como a junção de duas metades que se unem numa união perfeita.
A 4 de Março de 2010 o governo fez publicar a Portaria 135-A que regulamenta as taxas devidas pelos actos e serviços prestados pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), IP. Até aqui nada de grave parece ocorrer. A 4 de Fevereiro de 2011, e através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 11-A/2011, é publicado o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG) com o objectivo de salvaguardar os recursos e valores naturais existentes ao mesmo tempo que assegura a compatibilização entre os recursos naturais do parque nacional e as actividades humanas desenvolvidas nas áreas abrangidas por este plano de ordenamento.
O POPNPG estabelece assim várias áreas de diferentes tipos de protecção nas quais são possíveis de serem desenvolvidas vários tipos de actividades, incluindo a visitação que agora é permitida em todo o território.
No entanto, este POPNPG esconde a verdadeira perversidade de quem o escreveu e escolhe um alvo particularmente bem definido: a visitação. Esta apesar de permitida, está em muitas zonas condicionada. Mais uma vez, até aqui nada a apontar. Porém, em certas zonas do Parque Nacional a visitação só é permitida através de uma autorização por parte do ICNB, IP. O grande problema, e a verdadeira perversidade (de muitas escondidas), é que esta autorização tem um custo de €152,00 (mais de trinta contos na moeda antiga...).
De forma simples este problema pode ser exemplificado com dois exemplos muitos eficazes: imaginemos aqueles visitantes que no Verão frequentam as lagoas do Rio Homem antes deste chegar à Ponte de S. Miguel. Estas lagoas encontram-se dentro da Zona de Protecção Total e como tal é necessária a autorização do ICNB, IP para as frequentar. No fundo, trata-se do mergulho mais caro do planeta (de facto, um mergulho que lhe permitiria pagar a conta do gás durante vários meses)! Um outro exemplo interessante: imagine-se uma família em visita pedestre à Mata de Albergaria / Palheiros e que por ventura atravessa a Ponte Feia. A partir deste ponto é necessária a autorização do ICNB, IP. No fundo, trata-se da portagem mais cara do planeta (que lhe permitiria percorrer a A1 entre Porto e Lisboa várias vezes).
Para termos uma ideia do valor desta autorização posso dizer que ela representa quase um terço do valor do salário mínimo nacional!!! A cereja em cima do bolo é o facto de este valor pagar o custo da análise do seu pedido de autorização e não lhe garante a sua aprovação! Mais, no mesmo dia o funcionário do ICNB, IP pode analisar vários pedidos exactamente iguais ao seu. Isto é, no fundo fará somente uma análise mas irá responder a vários pedidos e cada um com o devido custo de €152,00. Apesar de o novo POPNPG permitir a pernoita, esta só pode ser realizada após o respectivo pedido de autorização o que torna o nosso único parque nacional como o parque de campismo mais caro do mundo... e sem direito a água quente...
Disfarçada de decisão administrativa, esta é no fundo uma decisão política que espelha bem o tipo de governação e gestão incompetente que este país tem tido nos últimos anos. A sucessão de erros, disparates e incompetências que têm manchado as nossas áreas protegidas, não têm comparação em parte alguma deste mundo... e por ventura do outro.
No entanto, parece que deixamos de lutar... resignamo-nos ao facto de haver um ou outro parecer politicamente encomendado que fecha os olhos às mais variadas razões que apontam para o seu pleno incumprimento.
Com uma política deste tipo as pessoas pura e simplesmente irão cavar um fosso cada vez maior entre partes, estando num lado todos aqueles que pretendem passar o seu tempo em contacto com a Natureza e do outro os burocratas que sentados num gabinete não são capazes de assumir os erros de decisões mal tomadas e escolhas erradas. Ao verem-se perante custos desta dimensão todos aqueles que cumpriam e pediam as autorizações ao ICNB, IP deixarão de o fazer. As pessoas irão utilizar as áreas protegidas sobre a capa do medo de ao virar da colina se depararem com uma autoridade que os possa identificar e autuar. Este tipo de governação será a culpada se algum dia ocorrerem complicações entre os visitantes e a autoridade. Este tipo de governação foi já a culpada pela catástrofe que se abateu sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês em 2010 e será a responsável pelo verdadeiro cataclismo que certamente estará para vir.
Por muita explicação técnica que possam dar para justificar tamanha aberração, não há moralidade alguma que a possa limpar...
Fotografia © Rui C. Barbosa
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Flora e fauna do PNPG
Hoje, aproveitando uma manhã livre, decidi dar um passeio curto pela Mata de Albergaria. Já lá estive dezenas e dezenas de vezes, mas hoje o objectivo era diferente: observar a fauna e a flora de forma pausada. Assim foi...
Comegando por descer junto do placard informativo do Parque Nacional da Peneda-Gerês mesmo em frente ao posto fronteiriço, enveredei-me naquela floresta secular com os seus carvalhos altivos. A profusão de espécies é imensa, e sinceramente não fui capaz de nomeaar um décimo do que via. Tirando os carvalhos, faias, arzevinhos, cedros e sequoias, o resto bem poderia vir do espaço, pois muitas árvores me eram desconhecidas. Há que tomar atenção...
Para identificar as plantas a música já era outra. Munido do livro "Flores do Parque Nacional" foi capaz de orgulhosamente identificar várias plantas, entre as quais: a Adoflária Woodwardia ou Feto do Gerês (só o nome já dá para encher de orgulho!), a Erva-Pinheira, Sete-em-Rama (ou Tormentilha), a Giesta Brava (Giesteira-das-Vassouras), a Malva, o Sargaço, a Erva-de-Oiro (Sargaça), a Torga (Urze-Branca), o Pão-de-Leite (Páo-e-Queijo, Prímula, Quejadilho, Rosas-da Páscoa), a Erva-das-Sete-Sangrias (Sargacinho), Miosotes (Não-me-Esqueças), a Dedaleira (Abeloura, Digital, Tracles), as Margaridas-do-Monte, Dente-de-Leão (Taraxaco), Quitamerendas (Noselha), Espanada-dos-Montes, a Carqueja, a Tuberária, a Erva-Férrea, a Abrótega (Gamões), as Campainhas-Amarelas (Campainhas-do-Monte) e finalmente a Erva-dos-Três Passarinhos (Espora-Brava, Linária). Assim, e num espaço tão pequeno foi possível identificar 22 espécies de plantas.
A mesma sorte não tive com a fauna...o que já era de esperar. Como os escrementos não contam, as espécies que consegui identificar limitam-se à avifauna: Águia-d'asa-redonda e o Chapim-preto.
Uma manhã diferente...
Fotografia © Rui C. Barbosa
Comegando por descer junto do placard informativo do Parque Nacional da Peneda-Gerês mesmo em frente ao posto fronteiriço, enveredei-me naquela floresta secular com os seus carvalhos altivos. A profusão de espécies é imensa, e sinceramente não fui capaz de nomeaar um décimo do que via. Tirando os carvalhos, faias, arzevinhos, cedros e sequoias, o resto bem poderia vir do espaço, pois muitas árvores me eram desconhecidas. Há que tomar atenção...
Para identificar as plantas a música já era outra. Munido do livro "Flores do Parque Nacional" foi capaz de orgulhosamente identificar várias plantas, entre as quais: a Adoflária Woodwardia ou Feto do Gerês (só o nome já dá para encher de orgulho!), a Erva-Pinheira, Sete-em-Rama (ou Tormentilha), a Giesta Brava (Giesteira-das-Vassouras), a Malva, o Sargaço, a Erva-de-Oiro (Sargaça), a Torga (Urze-Branca), o Pão-de-Leite (Páo-e-Queijo, Prímula, Quejadilho, Rosas-da Páscoa), a Erva-das-Sete-Sangrias (Sargacinho), Miosotes (Não-me-Esqueças), a Dedaleira (Abeloura, Digital, Tracles), as Margaridas-do-Monte, Dente-de-Leão (Taraxaco), Quitamerendas (Noselha), Espanada-dos-Montes, a Carqueja, a Tuberária, a Erva-Férrea, a Abrótega (Gamões), as Campainhas-Amarelas (Campainhas-do-Monte) e finalmente a Erva-dos-Três Passarinhos (Espora-Brava, Linária). Assim, e num espaço tão pequeno foi possível identificar 22 espécies de plantas.
A mesma sorte não tive com a fauna...o que já era de esperar. Como os escrementos não contam, as espécies que consegui identificar limitam-se à avifauna: Águia-d'asa-redonda e o Chapim-preto.
Uma manhã diferente...
Fotografia © Rui C. Barbosa
Postais do Gerês (XCVIII) - Serra do Gerez - Pórtico do Alto da Borrageira (altitude 1.435 m)
Este é sem qualquer dúvida um dos temas preferidos dos postais do Gerês clássico. Pouco conhecido pelos visitantes da Serra do Geres, o Arco (ou Pórtico) do Borrageiro (da Borrageira) é uma das características naturais mais peculiares de todo o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Este postal, da primeira metade do Século XX, foi uma edição do Bazar Soares - Porto, com fotografia da Foto Marques - Braga.
Fotografia © Miguel Campos Costa, Rui C. Barbosa
Este postal, da primeira metade do Século XX, foi uma edição do Bazar Soares - Porto, com fotografia da Foto Marques - Braga.
Fotografia © Miguel Campos Costa, Rui C. Barbosa
terça-feira, 24 de maio de 2011
Trilhos seculares com o grupo de Kaisa Jokinen
Uma curta caminhada entre a Junceda e a Portela do Homem marcou mais um encontro com o grupo da trekking Kaisa Jokinen. Com um dia bastante quente mas por vezes com temperaturas agradáveis, tivemos a oportunidade de apreciar a paisagem em bruto da Serra do Gerês e da Serra Amarela.
Começando junto da Casa Florestal da Junceda acabamos por percorrer uma parte do Trilho da Silha dos Ursos para visitar a primeira silha. Dali seguiu-se em direcção à Tojeira e depois aos Prados onde uma vezeira encontrou o seu pasto.
Devido ao calor decidimos não passar na base do Pé de Cabril e descemos para a Portela de Leonte onde acabamos de almoçar junto ao monumento a Arthur Loureiro situado por detrás da Casa Florestal de Leonte. Após o almoço prosseguimos pelas estrada nacional até à Mata de Albergaria onde tomamos a Geira Romana junto dos viveiros das trutas e prosseguimos em direcção à Ponte Feia. Aqui, só visitamos metade da ponte pois a outra parte está integrada na Zona de Protecção Total do PNPG e como a gente cumpre, decidimos não transgredir deixando isso para os grupos enormes que seguem fitinhas pelo parque nacional.
Após a Ponte Feia passamos junto da Casa do Clube Académico do Porto e maravilhamo-nos com o excelente trabalho de manutenção feito à mesma por parte do PNPG... (atenção à ironia latente...). Uma curta paragem junto dos marcos miliários ali existente para lembrar as legiões de Roma, e de seguida continuamos para passar pela linda ponte de madeira existente no local onde estava a Ponte de S. Miguel. Esta ponte de madeira é um verdadeiro monumento ao mau gasto de dinheiros públicos e apesar de ter sido ali colocada em finais de 2008, ainda não está terminada.
Acabamos a caminhada na fronteira da Portela do Homem.
Algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa
Começando junto da Casa Florestal da Junceda acabamos por percorrer uma parte do Trilho da Silha dos Ursos para visitar a primeira silha. Dali seguiu-se em direcção à Tojeira e depois aos Prados onde uma vezeira encontrou o seu pasto.
Devido ao calor decidimos não passar na base do Pé de Cabril e descemos para a Portela de Leonte onde acabamos de almoçar junto ao monumento a Arthur Loureiro situado por detrás da Casa Florestal de Leonte. Após o almoço prosseguimos pelas estrada nacional até à Mata de Albergaria onde tomamos a Geira Romana junto dos viveiros das trutas e prosseguimos em direcção à Ponte Feia. Aqui, só visitamos metade da ponte pois a outra parte está integrada na Zona de Protecção Total do PNPG e como a gente cumpre, decidimos não transgredir deixando isso para os grupos enormes que seguem fitinhas pelo parque nacional.
Após a Ponte Feia passamos junto da Casa do Clube Académico do Porto e maravilhamo-nos com o excelente trabalho de manutenção feito à mesma por parte do PNPG... (atenção à ironia latente...). Uma curta paragem junto dos marcos miliários ali existente para lembrar as legiões de Roma, e de seguida continuamos para passar pela linda ponte de madeira existente no local onde estava a Ponte de S. Miguel. Esta ponte de madeira é um verdadeiro monumento ao mau gasto de dinheiros públicos e apesar de ter sido ali colocada em finais de 2008, ainda não está terminada.
Acabamos a caminhada na fronteira da Portela do Homem.
Algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa
Fitas e fitinhas... no PNPG
Em côr diferente esta é uma adenda ao texto original. Quando o Parque Nacional da Peneda-Gerês se encontra numa situação de mudança com a qual pode vir a afectar milhares dos seus residentes e visitantes, impondo regras só comparáveis em estupidez com quem as escreveu, decorre numa Zona de Protecção Parcial de Tipo 1 uma prova que envolve centenas de pessoas. Isto por sí só constituiu um atentado muito maior do que a presença de algumas dezenas de pessoas na montanha nos próximos meses. Porém, a prova Ultra Trail da Geira 2011 foi autorizada pelo PNPG. Isto parece-me ser no mínimo uma atitude ofensiva à inteligência de quem pretende que o PNPG seja um espaço aberto a todos e que luta para que regras tão estupidas e sem sentido como é, por exemplo, o facto de ter de se pagar €152,00 por uma autorização. Enquanto que o PNPG, e o ICNB, se entretem a brincar aos planos de ordenamento e aos guardas da natureza que em breve irão entrar numa verdadeira caça ao visitante, autoriza situações como as que ocorreram no passado dia 21 de Maio. Incompreensível!
De tempos a tempos lá vem uma nova praga no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta é uma praga muito perigosa e não escolhe espécie de árvore, afectando a flora em geral e não só tendo já surgido relatos de que esta praga pode também surgir em postes de iluminação, gradeamentos, colunas de sinalização da Geira e em outros objectos.
Não seria muito difícil dizimar esta praga, por certo não seria necessária nenhuma actividade de voluntariado deste blogue para se organizar essa luta, mas as autoridades competentes, que pelos vistos são também coniventes com a propagação da praga, nada fazem.
No último Sábado, dia 21 de Maio, a praga atacou em força ao longo da Geira Romana tendo também afectado a àrea protegida galega anexa ao parque nacional. Chegaram a haver relatos de surgirem inumeras fitas e fitinhas em curtas distâncias, e curiosamente foram avistadas dezenas e dezenas de pessoas com papelinhos nas mãos que seguiam alegremente as fitinhas...
Enquanto que alguns tentam lutar para que o Parque Nacional seja decentemente regulado para todos, parece que outros, com o próprio PNPG a ajudar à festa, se dedicam a consporcar a paisagem com fitinhas de espessura superior ao cérebro de muitos... Parece-me inacreditável que o PNPG aceite que se coloque este tipo de sinalética em áreas de protecção especial e permita a movimentação de dezenas e dezenas de pessoas nestas mesmas áreas.
As fotografias (do dia 21 e 23 de Maio) dizem tudo...
Fotografias © Rui C. Barbosa
De tempos a tempos lá vem uma nova praga no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta é uma praga muito perigosa e não escolhe espécie de árvore, afectando a flora em geral e não só tendo já surgido relatos de que esta praga pode também surgir em postes de iluminação, gradeamentos, colunas de sinalização da Geira e em outros objectos.
Não seria muito difícil dizimar esta praga, por certo não seria necessária nenhuma actividade de voluntariado deste blogue para se organizar essa luta, mas as autoridades competentes, que pelos vistos são também coniventes com a propagação da praga, nada fazem.
No último Sábado, dia 21 de Maio, a praga atacou em força ao longo da Geira Romana tendo também afectado a àrea protegida galega anexa ao parque nacional. Chegaram a haver relatos de surgirem inumeras fitas e fitinhas em curtas distâncias, e curiosamente foram avistadas dezenas e dezenas de pessoas com papelinhos nas mãos que seguiam alegremente as fitinhas...
Enquanto que alguns tentam lutar para que o Parque Nacional seja decentemente regulado para todos, parece que outros, com o próprio PNPG a ajudar à festa, se dedicam a consporcar a paisagem com fitinhas de espessura superior ao cérebro de muitos... Parece-me inacreditável que o PNPG aceite que se coloque este tipo de sinalética em áreas de protecção especial e permita a movimentação de dezenas e dezenas de pessoas nestas mesmas áreas.
As fotografias (do dia 21 e 23 de Maio) dizem tudo...