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sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Cai a noite...

Alto Homem, 1 de Janeiro de 2001

São quase três horas de caminhada e à medida que vamos enveredando pela montanha, cresce em nós uma sensação um pouco estranha... Para lá de meio do caminho já pouco falamos, o cansaço cai sobre nós e a dificuldade do caminho parece aumentar... sempre!

'Terei escutados vozes?... O raio da mochila que está tão pesada!!!...'

Fotografia © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

...ficar pela metade.

Carris, 27 de Fevereiro de 2005

Três vezes fiquei a meio do caminho... bom, pelo menos é esta a conta que tenho se bem que na realidade só me recorde de duas. 'Mas, porque raio estou aqui? A andar, cansar-me... e está tanto calor!!!' Não foi por desistir e na verdade, este é um pensamento que surge todas as vezes que vou a Carris... bem exceptuando o calor!!!

Posso dizer que nunca desisti por mim, foi sempre por razão alheia.... não, náo é desculpa! É a verdade!!!... Para muitos é complicado entender o porquê de subir tantas vezes a Carris, calcorrear as nossas serras... parar no topo, observar, ouvir... pensar... Caminhar ao Pico da Nevosa e dali olhar à nossa volta... somos tão pequeninos...

'...e está tanto frio!!!!'

Fotografia © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Só... na montanha...


Carris, 18 de Dezembro de 2002

Muitas vezes fiz a caminhada até Carris sozinho... é uma experiência diferente, única. Escutar os nossos passos, ouvir o declamar do Rio Homem ao longo do vale, o som do vento, os insectos no Verão, os pequenos pássaros no Inverno, o vento na neve, a cobra ou o lagarto fugidios... aquilo que pensamos, ah! e como muito pensamos!!!...

Depois de passar a Ponte das Abrótegas entramos num pequeno planalto que antecede a última subida antes de Carris. Aí, com sorte, o silêncio instala-se e ouvir o cadenciar da respiração já cansada... Mas o silêncio é único, enorme no meio da montanha... '... o vale já ficou para trás, falta pouco!!!'

Fotografia © Rui C. Barbosa

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

...histórias por revelar.

Carris, 22 de Fevereiro de 1993

Quando pela primeira vez me falaram de umas minas abandonadas em plena Serra do Gerês, logo a minha curiosidade foi despertada por cenários de casas abandonadas, velhas pontes de madeira e segredos escondidos por entre as pedras e formas graníticas da serra.

Ao fim de tantos anos a calcorrear a serra muitos desses segredos desapareceram mas muitos outros, imensos, surgiram. Cada nova caminhada por entre as casas de Carris é como se fosse a primeira e a sensação de que algo novo algo por descobrir irá saltar ao olhar, está sempre presente. Cada canto tem o seu segredo, cada paisagem revela uma história... o som do vento leva o murmúrio das vozes que por vezes nos fazem prestar atenção... 'chiu! Não ouviste algo?...'

É assim Carris, sempre com segredos para revelar...
Fotografia © Rui C. Barbosa

domingo, 24 de dezembro de 2006

Vale do Alto Homem...



Subir o vale do Alto Homem em direcção a Carris é para muitos uma experiência dolorosa tanto a nível físico como mental. Se fazer aquela subida a primeira vez custa muito, a segunda vez custa muito mais pois somos assombrados com as memórias do que custou caminhar naquele caminho a primeira vez.

No entanto, ao longo de toda aquela caminhada de quase 10 km somos presentados com paisagens únicas em Portugal. Estamos a caminhar numa área única do Parque Nacional da Peneda-Gerês. No sopé do Cabeço do Madorno e após passar a ponte que marcará o meio do caminho para Carris, quem olhou para o fundo do vale no dia 17 de Abril de 1993 viu esta paisagem... Que mais dizer?!

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sábado, 23 de dezembro de 2006

...um manto branco no topo da serra.

Carris, 23 de Fevereiro de 1991.
...um manto branco no topo da serra.
Fotografia © Rui C. Barbosa

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

...no dia 22 de Dezembro de 1993.


(Depois de limpar o pó aos meus albuns fotográficos percebi que a data original no título desta entrada não estava correcta, fica a correcção...)

A manhã do dia 22 de Dezembro de 1993 nascia fria, mas com um céu limpo e azul (ou pelo menos assim iría ficar). A noite havía sido terrível, tal como todoas as noites de Dezembro em Carris. Não choveu, mas a humidade era tanta e a condensação da respiração era tal, que pela manha tinhamos a tenda completamente congelada.

O objectivo era ver o nascer do Sol. O saco-camo era tão quente que sair dali parecia, naquele momento, a coisa mais complicada do mundo... mas, 'vá lá!!... tem mesmo de ser e ele deve estar quase aí!!!'. Saindo da única casa que na altura tinha telhado (sim, tinha porque agora já não tem graças ao vandalismo do costume e às forças de Mordor...) deparei-me com uma paisagem única... daqueles momentos que nunca mais voltam. Os outros iam ficando na tenda... 'vamos já! C...' O frio era intenso, de morrer e o chá da noite jazia... congelado no fundo da panela... 'Não, não me apetece nada chá gelado agora!!'.

Para os lados de Pitões das Júnias ele já se anunciava. Afastei-me da casa, do abrigo nocturno e posicionei-me sobre o granito gélido com toda a roupa que tinha e esperei... Aqueles minutos foram únicos e mesmo 12 anos mais tarde é ainda difícil escrever o que se sente em momentos assim...
Fotografia © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Mas,... afinal onde ficam as Minas de Carris?


Mas,... afinal onde ficam as Minas de Carris? É uma questão à qual irei responder numa próxima oportunidade.
Fotografia © Rui C. Barbosa

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Apresentação


Com a aproximação da 100.ª caminhada a Carris, decidi criar este blogue no qual serão publicados alguns dos relatos das caminhadas realizadas até às Minas de Carris situadas em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O blogue servirá também para tentar desvendar alguma da História deste complexo mineiro sobre o qual tão pouco está escrito. Todas as opiniões e ajudas serão bem-vindas!

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)